Cristina Kirchner condenada na Argentina: Ela pode ser candidata?

Cristina Kirchner condenada na Argentina: Ela pode ser candidata?

Cristina Kirchner condenada na Argentina: Ela pode ser candidata?

Vice-presidenta argentina, novo alvo de lawfare na , recebeu sentença, mas qual é a real situação político-eleitoral dela? Entenda…

Por Henrique Rodrigues/via Fórum

A da Argentina condenou a vice-presidenta do país, Cristina Kirchner, a 6 anos de prisão. A sentença foi proferida no final da tarde desta terça-feira (6). Cristina, que presidiu o país de 2007 a 2015, é acusada de supostamente chefiar uma associação criminosa que teria desviado dinheiro público durante seu mandato e também na gestão de Néstor Kirchner (de 20017 a 2015).

Cristina nega todas as acusações e afirma que é vítima de lawfare, tal como aconteceu com o presidente eleito Luiz Inácio da (PT) no . A líder argentina classificou a perseguição que vem sendo alvo como “Partido Judicial” e comparou a situação ao que ocorreu com petista aqui no Brasil e com Rafael Correa, no Equador, em entrevista a Monica Bergamo, na edição desta segunda-feira (5) da Folha de S.Paulo.

No entanto, qual é o real impacto nos direitos político-eleitorais da ex-presidenta que hoje ocupa a vice-presidência de Alberto Fernández?

Segundo o diário Página 12, com sede em , para que Cristina Kirchner seja banida da nacional um longo caminho ainda precisaria ser transcorrido, até que a sentença esteja transitada em julgado. Os especialistas ouvidos pelo jornal portenho listaram as próximas etapas do processo:

– Após a condenação desta terça-feira, devem ser divulgados os fundamentos da decisão. Os tribunais orais levam vários meses para torná-los conhecidos. O TOF 2 (Tribunal Oral Federal n° 2) confirmou esta terça-feira que os fundamentos serão divulgados apenas em 9 de março de 2023.

– Estabelecidos os fundamentos, começa a correr o prazo legal para os recursos perante a Câmara de Cassação Criminal.

– A Câmara deve analisar o caso e tem várias alternativas: tornar definitiva a decisão do Tribunal Oral, revertê-la ou modificar as sentenças. Ela pode também ordenar que as sentenças de alguns dos réus sejam reduzidas e outras estendidas.

– Deve-se, então, ser sorteada uma sala da Câmara Federal de Cassação Criminal. Em seguida, os magistrados recursais iniciam o processo judicial, prazo que nem sempre é curto, muitas vezes durando meses, ou até mais de um ano.

– Caso a Câmara Federal confirme a decisão, Cristina Kirchner ainda tem mais uma alternativa antes que a sentença transite em julgado: interpor recurso extraordinário perante o Supremo Tribunal de Justiça, a mais alta corte do país, responsável pela revisão das decisões dos Tribunais Orais e da Câmara de Cassação. Nem todos os casos chegam lá, pois devem ser admitidos pelo Tribunal.

– Todo este processo, explicam os advogados que já passaram pelo percurso em diversas ocasiões, pode demorar vários anos e a sentença final chegaria apenas ou no final de 2024 ou mesmo em 2025.

Perdão presidencial
Por fim, no caso de todas as decisões nas várias instâncias serem negativas para Cristina Kirchner, seria possível ainda que o presidente da Nação a indulte, extinguindo a pena.

Conforme reporta o Página 12, “especialistas em direito constitucional explicaram que, em caso de eventual condenação, o ‘perdão’ do presidente pode ser uma alternativa concreta para extinguir a pena, embora existam outras alternativas. O indulto é uma faculdade do Presidente da Nação estabelecida no parágrafo quinto do artigo 99 da Nacional”.

http://xapuri.info/irmaos-confessam-assassinato-de-bruno-pereira-e-dom-phillips-corpos-teriam-sido-decepados-e-incinerados/

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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