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Cúpula do Brics: Brasil será protagonista em reunião

Cúpula do Brics: Brasil será protagonista em reunião

Um dos principais temas em pauta é a proposta de ampliação do bloco, formado hoje por cinco países emergentes – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Por André Cintra/Portal Vermelho

Sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil deve ser o grande protagonista da 15ª Cúpula do Brics, que começa nesta terça-feira (22), na cidade sul-africana de Joanesburgo. Um dos principais temas em pauta é a proposta de ampliação do bloco, formado hoje por cinco países emergentes – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Segundo Eduardo Paes Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, outras 22 nações já formalizaram o pedido de adesão aos Brics. Lula já se declarou favorável à entrada de mais países no bloco, mas a proposta ainda não é consensual entre seus membros. Na reunião da cúpula – que vai até quinta-feira (24) –, é esperada a presença de 40 chefes de governo ou de Estado.

No caso do Brasil, além de Lula, a delegação conta com os ministros Fernando Haddad, Mauro Vieira e Anielle Franco. A ex-presidenta Dilma Rousseff, que comanda o Banco dos Brics, também está em Joanesburgo.

Outra proposta brasileira em debate é a criação da moeda dos Brics. De acordo com a coluna do jornalista Jamil Chade, do UOL, Lula “levará a ideia de iniciar estudos para estabelecer uma unidade de referência entre as cinco moedas do bloco. A meta é de que, realizado o trabalho, a aliança possa depois estabelecer se existe espaço para criar uma moeda que permita a realização do comércio sem passar pelo dólar”.

O ponto de partida é promissor. Os cinco países-membros têm, somados, um PIB (Produto Interno Bruto) de US$ 25,9 trilhões e respondem por um quarto da atividade econômica global. Os números são baseados em projeções do Banco Mundial. O peso dos Bric no PIB mundial cresce década a década. Era de apenas 8,0% em 2000 e passou a 17,9% em 2010 – até alcançar os 25,5%.

Para lançar uma moeda própria, que vai mediar o comércio entre seus membros e reduzir a dependência do dólar, os Brics já começam a estudar a unidade de referência de valor. O Brasil deve ser aclamado como uma espécie de coordenador dessa força-tarefa, já que vai assumir a presidência dos Brics em 2025.

Lula ainda quer apoio para a inclusão do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). “Juntos, esses pontos significam uma movimentação nas placas tectônicas na política internacional como poucas vezes se registrou em décadas e a constatação de que uma nova relação de força passou a existir entre os emergentes e as potências ocidentais”, analisa Jamil Chade.

Nesta terça, a agenda de Lula em Joanesburgo inclui encontro com representantes do Congresso Nacional Africano, o Diálogo do Fórum Empresarial do BRICS, a Reunião no Retiro dos Líderes do BRICS e o jantar oferecido pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. Após a cúpula, o presidente brasileiro visitará países africanos, como Angola e São Tomé.

Fonte: Portal Vermelho Capa: Ricardo Stuckert/PR


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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