Lula pede fim do direto de veto no Conselho de Segurança da ONU

pede fim do direto de veto no Conselho de da ONU

“Nós achamos que os americanos, os russos, os ingleses, os chineses ninguém tem o direito de veto. Ou seja, se tiver dúvida, vota-se a maioria, ganha e cumpre-se”, defendeu o presidente

Por Iram Alfaia/Portal Vermelho

Em conversa com jornalistas nesta sexta-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da diz que vai continuar defendendo a paz e pediu o fim do direito de veto no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Vou continuar falando em paz porque acredito que é a coisa mais extraordinária para tentar superar o poder das balas com o poder da conversa. O poder do diálogo é capaz de vencer a bomba mais competente que o ser humano seja capaz de produzir”, afirmou.

Além do empenho pela busca de uma solução pacífica no , o presidente destacou o trabalho do governo para repatriar os brasileiros que estão em Gaza.

O presidente afirmou que o governo colocou aviões à disposição para trazer os brasileiros.

“Agora, estou com o avião presidencial no Cairo já há uma semana, esperando que o presidente do Egito e que o presidente de faça um acordo para liberar a fronteira para passar os estrangeiros que querem voltar para seu estado nacional”, informou.

Lula insistiu na defesa da paz. “Por falar em paz, a nota que o fez e foi aprovada nas Nações Unidas, porque a nota do Brasil foi aprovada por 12 de 15 votos e duas abstenções. E é por isso que queremos acabar com o direito de veto. Nós achamos que os americanos, os russos, os ingleses, os chineses ninguém tem o direito de veto. Ou seja, se tiver dúvida, vota-se a maioria, ganha e cumpre-se”, defendeu.

O presidente disse que recentemente conversou com muitos chefes de estados sobre a necessidade da paz.

“Eu comecei falando como presidente de Israel e depois eu falei com o presidente da Autoridade , depois eu falei com o presidente do Irã, com o presidente da Turquia, com o presidente do Egito, com o presidente dos Emirados Árabes, com o presidente da França, com o Conselho Europeu, com o emir do Catar. E ainda tenho que falar com XI Jinping. Tenho que falar com o primeiro-ministro Modi (Índia), com o presidente Ramaphosa (África do Sul). Eu vou conversar com todo o mundo”, disse.

Terrorismo

Lula também falou sobre a posição do governo em relação ao Hamas que está sendo chamado de uma organização terrorista.

“Primeiro, o Brasil só reconhece como organização terrorista aquilo que o Conselho de Segurança da ONU reconhece. E o Hamas não é reconhecido pelo Conselho de Segurança da ONU como organização terrorista porque ele disputou na Faixa de Gaza e ganhou. O que dissemos é que o ato do Hamas foi terrorista”, explicou.

O presidente condenou a ação da organização. “Não é possível fazer o ataque, matar inocentes, sequestrar gente da forma que eles fizeram, sem medir as consequências do que acontece depois. Agora o que temos é a insanidade também do primeiro ministro de Israel, querendo acabar com a Faixa de Gaza, esquecendo que lá não têm só soldado do Hamas, que lá tem , que são as grandes vítimas dessa guerra. E aí a minha preocupação com os brasileiros”, observou.

Fonte: Portal Vermelho Capa: Ricardo Stuckert/PR


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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