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Verão brasileiro começa com a mais alta temperatura média em 25 anos

Verão brasileiro começa com a mais alta temperatura média em 25 anos

O El Niño é apontado como um dos principais responsáveis, com o Oceano Pacífico apresentando temperaturas dois graus acima da média.

Por Redação/Mídia Ninja

Na sexta-feira passada (22), às 00h27min, horário de Brasília, o verão deu as caras oficialmente no Brasil. No entanto, este não é um verão comum: é marcado pela presença de um El Niño, sendo um dos mais fortes já registrados.

Apesar das queixas, é importante lembrar que o verão também traz consigo aumento das chuvas, proporcionando momentos de alívio térmico. Contudo, em meio às mudanças climáticas, até mesmo os meteorologistas enfrentam desafios para prever o que está por vir, e ainda é incerto se as cidades irão conseguir dar conta dos eventos extremos.

O pesquisador Caio Coelho, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, compartilha suas projeções: “Verão mais quente do que o normal para praticamente todo o país, com exceção para o extremo sul, onde as chuvas estão previstas um pouco acima do normal. Para o extremo norte, nordeste, condições de chuva um pouco abaixo do normal. Região central e sudeste, típicas de verão com possibilidade de chuvas abundantes e déficits em alguns períodos”.

O Instituto Nacional de Meteorologia alerta que a temperatura média deste verão no Brasil atingirá 26 graus, a mais alta em 25 anos. O El Niño é apontado como um dos principais responsáveis, com o Oceano Pacífico apresentando temperaturas dois graus acima da média.

Além das altas temperaturas diurnas, as noites também estão sendo afetadas pelas mudanças climáticas. O Centro Nacional de Alertas para Desastres Naturais (Cemaden) analisou as temperaturas noturnas neste ano, que registrou 9 ondas de calor.

José Marengo, meteorologista e coordenador de pesquisas do Cemaden, destaca: “Ondas de calor se caracterizam pelo aumento das temperaturas durante o dia, temperaturas diurnas e noturnas. Isso tem se observado não só no Brasil, mas em todo o mundo, a tendência de noites quentes e dias quentes está aumentando”.

Assim, este verão promete desafios climáticos, exigindo que a população esteja preparada para lidar com as condições extremas e reforce a conscientização sobre as mudanças climáticas em curso.

Fonte: Mídia Ninja. Foto de capa:  reprodução.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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