Lula quer aproximação com líderes evangélicos e planeja encontro

quer aproximação com líderes evangélicos e planeja encontro

Presidente quer aparar arestas com evangélicos, principalmente os que não o apoiaram, e superar rejeição. Líderes de diversas igrejas devem ser convidados

Por Murilo da /Portal Vermelho 

Informações dão conta que o governo Lula prepara um amplo encontro com líderes evangélicos. Diversos jornais como CNN, Estadão e O Globo indicam que a movimentação é para que seja no início de fevereiro.

A iniciativa conta com apoio e organização de pastores progressistas que se engajaram nas de 2022. Eles são o eixo de partida para um contato maior com lideranças que não apoiaram Lula, mas que já sentem as mudanças para melhor no depois de um ano do novo governo.

Obviamente que ‘bolsonaristas’ ferrenhos fazem jogo duro e pretendem se manter distantes. Mas o indicativo é que o convite, que ainda será feito, chegará para todas as lideranças.

Quem garante este amplo convite, segundo O Globo, é o pastor Cesário Silva, do Conselho de Participação Social da Secretaria-Geral da Presidência.

Já o Estadão destaca em seu que os evangélicos representam 30% dos eleitores e que Lula já havia manifestado desejo de maior aproximação no início de dezembro, na convenção do PT.

Um dos aliados para esta aproximação é o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, pertencente à Igreja Batista.

Para a CNN, Messias disse é necessário diminuir os ruídos de para entender o outro lado [dos evangélicos que não apoiam Lula].

O site observa que o deputado Cezinha de Madureira, da igreja Assembleia de Deus do Ministério de Madureira, observou que é necessário superar barreiras partidárias e elogiou os esforços do ministro da AGU.

Da base de Lula também são evangélicos que ele pode contar a ministra Marina Silva, a senadora Eliziane Gama, a Benedita da Silva e o deputado Pastor Henrique Vieira, entre outros.

O apoio é fundamental uma vez que a pesquisa do Ipec, divulgada em dezembro, indica que 37% do eleitorado evangélico classifica o governo Lula com ruim/péssimo, 54% desaprovam a maneira dele governar e 64% do grupo diz não confiar no presidente.

Fonte: Portal Vermelho Capa: Ricardo Stuckert 


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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