DIRETOR DA OMS DECLARA MPOX EMERGÊNCIA DE SAÚDE PÚBLICA

OMS DECLARA MPOX EMERGÊNCIA DE SAÚDE PÚBLICA INTERNACIONAL

Diretor Geral da OMS declara Mpox emergência de saúde pública e causa preocupação internacional

O Brasil é um dos países com mais registros da doença Mpox, conhecida anteriormente como a Varíola dos Macacos. Saiba mais sobre a situação no Brasil e no mundo

Por Redação/Revista Xapuri

Nesta quarta-feira(14), após uma reunião do Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional realizada em Genebra, o Diretor Geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou emergência de saúde pública internacional, devido aos altos registros da doença Mpox, conhecida também como a Variola dos Macacos ou monkeypox. 

Segundo informações da OMS, após a reunião, o especialista Dimie Ogoina, afirmou que a recomendação ao Diretor Geral deu-se através de uma audição feita por especialistas da Organização e que há grande preocupação sobre os critérios relacionados a potencial chance de propagação da doença pela África e pelo mundo. 

A declaração oficial da Organização Mundial da Saúde 

“Na semana passada, anunciei que estava convocando um comitê de emergência sobre os regulamentos internacionais de saúde para avaliar o aumento da Mpox na República Democrática do Congo e em outros países da África. Hoje, o comitê de emergência se reuniu e me informou que, em sua opinião, a situação constitui uma emergência de saúde pública de interesse internacional. Aceitei esse conselho “, declarou o Diretor Geral, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus.

DIRETOR DA OMS DECLARA MPOX EMERGÊNCIA DE SAÚDE PÚBLICA
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus – Foto: Fabrice Coffrini / AFP

Em seguida, ele explica a razão pela qual acatou a recomendação dos especialistas:

“A detecção e a rápida disseminação de um novo subtipo de mpox no leste da RDC, sua detecção em países vizinhos que não haviam relatado mpox anteriormente e o potencial para uma disseminação maior com a África e além é muito preocupante. Além de outros surtos de outros subtipos de mpox em outras partes da África.”

Além disso, o Diretor Geral afirmou que há necessidade de agir por meio de uma resposta internacional coordenada, essencial para interromper os surtos e salvar vidas.

Sobre a Mpox no Brasil

De acordo com dados coletados pela OMS entre 1º de janeiro de 2022 e 30 de abril deste ano, o Brasil registrou cerca de 11.212 pacientes infectados pela doença.

Na terça-feira (13), o Ministério da Saúde promoveu o webinário “Situação Epidemiológica e Resposta à Mpox no Brasil”, transmitido ao vivo pelo canal da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA). Em 2023, o Brasil contabilizou 709 casos confirmados ou prováveis de Mpox, um número bem inferior aos mais de 10 mil casos registrados em 2022, no auge da doença.

Desde 2022, foram registradas 16 mortes por Mpox, sendo a mais recente em abril de 2023.

O Ministério da Saúde afirmou que continua acompanhando a situação da Mpox. Em nota, a pasta ressalta: “Se novas evidências apontarem para a necessidade de ajustes no planejamento, as medidas necessárias serão implementadas e comunicadas de maneira adequada.”

República Democratica do Congo: Mais de 15.600 casos e 537 mortes

A República Democratica do Congo tem a maior concentração de pessoas infectadas no mundo e a rápida propagação da varíola está preocupando a nível internacional. A Organização confirmou, neste quarta-feira(14), que mais de 15.600 casos e 537 mortes foram relatados até agora no território congolês, o que supera o total do ano passado.

A Diretora Regional da OMS para a África, Dra. Matshidiso Moeti, afirmou: “Esforços significativos já estão em andamento em estreita colaboração com comunidades e governos, com nossas equipes nacionais trabalhando nas linhas de frente para ajudar a reforçar medidas para conter o Mpox. Com a crescente disseminação do vírus, estamos aumentando ainda mais por meio de ações internacionais coordenadas para dar suporte aos países para acabar com os surtos.”

DIRETOR DA OMS DECLARA MPOX EMERGÊNCIA DE SAÚDE PÚBLICA
A OMS comunicou que a Mpox se disseminou rapidamente na República Democrática do Congo, onde o vírus, anteriormente conhecido como varíola dos macacos, foi identificado pela primeira vez em humanos em 1970, antes de se espalhar para outros países. Foto: Reprodução/OMS

Confira os principais sintomas e formas de transmissão da doença

A Mpox é uma doença infecciosa provocada pelo vírus da varíola dos macacos. Segundo dados da OMS, a doença pode causar erupções cutâneas dolorosas na pele, aumento dos gânglios linfáticos, localizados no pescoço, além de febre alta. 

Os sintomas comuns da mpox são:

  • irritação na pele
  • febre
  • dor de garganta
  • dor de cabeça
  • dores musculares
  • dor nas costas
  • baixa energia
  • gânglios linfáticos inchados. 

 

Transmissão

  • pessoas, através do toque, beijo ou sexo
  • animais, quando os caçamos, esfolamos ou cozinhamos
  • materiais, como lençóis, roupas ou agulhas contaminadas 
  • pessoas grávidas, que podem transmitir o vírus ao feto. 
  • cara a cara (falando ou respirando)
  • pele a pele (toque ou sexo vaginal/anal)
  • boca a boca (beijo)
  • contato boca-pele (sexo oral ou beijo na pele)
  • gotículas respiratórias ou aerossóis de curto alcance provenientes de contato próximo prolongado

 

Se você tem a doença mpox ou suspeita:

  • Procure imediatamente um profissional de saúde
  • Conte a qualquer pessoa com quem você esteve próximo recentemente  
  • Cubra as lesões e use uma máscara bem ajustada quando estiver perto de outras pessoas
  • Evite contato físico

 

Vacinação 

DIRETOR DA OMS DECLARA MPOX EMERGÊNCIA DE SAÚDE PÚBLICA
Foto: Getty Imagens/Divulgação.

De acordo com informações da Organização Mundial de Saúde, atualmente, há duas vacinas em uso contra a Mpox que são recomendadas pelo Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização da OMS e também receberam aprovação das autoridades regulatórias nacionais listadas pela OMS, além de países como Nigéria e República Democrática do Congo.

Ainda, de acordo com as informações, a OMS está colaborando com países e fabricantes de vacinas para possíveis doações e está coordenando com parceiros, por meio da Rede de Contramedidas Médicas provisória, para garantir um acesso equitativo a vacinas, tratamentos, diagnósticos e outras ferramentas.

A Organização estima uma necessidade imediata de US$ 15 milhões em financiamento inicial para apoiar atividades de vigilância, preparação e resposta. Uma avaliação das necessidades está em andamento nos três níveis da Organização.

<

p style=”text-align: justify;”>Para possibilitar uma expansão imediata, a OMS liberou US$ 1,45 milhão do Fundo de Contingência da OMS para Emergências e pode liberar mais nos próximos dias. A Organização faz um apelo aos doadores para que financiem integralmente as necessidades da resposta à Mpox.

Deixe seu comentário

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

REVISTA