FLORES DO CEGA-MACHADO ENFEITAM A SECURA DO CERRADO

Flores roxas do Cega-machado enfeitam a vasta secura do Cerrado
 
A palha dourada do pasto ou do milho colhido dominam vista e horizonte dos gigantescos latifúndios desta região de Goiás.
 
A monotonia visual é quebrada pelas flores roxas do Cega-machado e de outras poucas espécies que resistem à seca e que não sucumbiram ao machado e à motosserra.
 
Aprendi que o Cega-machado, que enfeita a vasta secura do Cerrado, sobreviveu não por sua beleza, mas porque não há machado que consiga cortar seu tronco duro.
 
Daí vem seu nome.
 
Post de Simone Caldas, no Facebook
 
FLORES DO CEGA-MACHADO ENFEITAM A SECURA DO CERRADO
Foto: Simone Caldas

A ÁRVORE CEGA-MACHADO

Está em plena floração a árvore Cega-machado nos cerrados do Centro-Oeste.
 
FLORES DO CEGA-MACHADO ENFEITAM A SECURA DO CERRADO
Foto: Jane Carneiro
 
Por Elma Carneiro/CONHEÇA MINAS
 
Seu nome científico é Physocalymma sacaberrimum Pohl – bonito o nome, porém mais bonito ainda é vê-la nos campos nessa época do ano coberta inteiramente de magníficas flores de intensa coloração róseo-violeta, que contrastam fortemente com o azul do céu.
 
Tem porte alto e floresce na época do meio de ano e primeiros dias do segundo semestre aqui na região. Seu belo espetáculo de floração só é comparável ao ipê. É fartamente usada para uso ornamental em arborização urbana.
 
Nome comum: Roxinha, pau-de-rosas, pau-rosa, cega-machado.
 
Ótima madeira, muito bonita, dura e resistente contudo, não tem grande utilidade nem na marcenaria, nem em fazendas.
 
Mesmo assim [infelizmente], além da expressiva beleza floral, foi por muito tempo e ainda hoje é usada na utilização na produção de caibros e vigotas roliças, compondo o madeiramento das residências rurais.
 
Cega machado Jane Carneiro 1
 
 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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