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CHIHENNE, "A MAIS CORAJOSA DAS MULHERES APACHE"

CHIHENNE, “A MAIS CORAJOSA DAS MULHERES APACHE”

Chihene, “a mais corajosa das mulheres Apache” 

Nascida por volta de 1847, Tze-gu-juni ( Chihenne, que significa “boca bonita”), seria esposa do guerreiro Apache Bedonkohe Gerónimo, que a chamou de “a mais corajosa das Apache”.

Por Getulio Valls 

Durante uma tempestade feroz, um raio atingiu ela, sua mãe e sua irmã, e só Tze-gu-juni sobreviveu.
 
Tinha pouco mais de 30 anos em 14 de outubro de 1880, quando uma emboscada mexicana tirou a vida de Victorio, outros Chihennes e seus aliados apaches mescaleros em Tres Castillos, Chihuahua, México.
 
Os mexicanos capturaram Tze-gu-juni e quase 70 mulheres e Apaches e enviaram-nos para a Cidade do México como escravos. Seus donos mexicanos chamavam-lhe Tze-gu-juni Francesca (Frances), ou Huera, uma corrupção de guera, gíria espanhola para uma de pele ou cabelo claro.
 
Enquanto esteve em cativeiro, aprendeu espanhol fluentemente, o que lhe permitiu trabalhar como tradutora na Reserva Indígena Apache de San Carlos no Território do Arizona. Após quatro ou cinco anos de servidão forçada, ela e várias outras pessoas escaparam da prisão da sua fazenda perto da Cidade do México com apenas uma faca e um cobertor entre eles.
 
À sua frente, esperavam-lhes uma viagem difícil de cerca de 2.000 km. Sobreviveram ao deserto de Chihuahua comendo tunas ou fruta de nopales e outros alimentos selvagens. No caminho, um puma atacou Huera, procurando uma morte rápida atacando-lhe a garganta.
 
Conseguiu apertar um cobertor ao pescoço para se proteger, mas o puma rasgou o couro cabeludo dele, separando-o do crânio. Mesmo assim, ela continuou lutando e finalmente espetou uma faca no coração do animal. O puma estava morto, mas Huera estava mal. As outras mulheres juntaram-lhe o couro cabeludo com espinhos e usaram a própria expetoração do puma para ajudar a curar as suas feridas.
 
Depois de descansar apenas brevemente, Huera logo retomou o caminho para norte com os outros. Após vários meses, cansados finalmente chegaram a San Carlos, surpreendendo a família e amigos com sua força.
 
As cicatrizes no peito, mãos e rosto de Huera devido ao ataque do puma permaneceram com ela para o resto de sua vida. Todo um extraordinário desdobramento de força que inspira gerações.
 
CHIHENNE, "A MAIS CORAJOSA DAS MULHERES APACHE"
Foto: Reprodução/Acervo Histórico

OS PRIMEIROS POVOS DOS ESTADOS UNIDOS

Os primeiros assentamentos humanos da América estão registrados no atual Alasca (EUA). Ali, o  inuit ocupou áreas do Canadá e Groenlândia.

À chegada dos europeus, os povos nativos da América do Norte eram tribos de comportamento seminômades, além de caçadores-coletores; e outros eram povos sedentários que viviam da atividade agrícola.

Entre eles estão incluídos os Apache, os Shawee, os Navajos, os Creek, os Cherokee, os e muitos outros.

Sua religiosidade era politeísta com o culto especial ao espírito dos antepassados e animais. No entanto, em algumas tribos se registra o culto teísta onde havia uma entidade maior que as outras.

De todas as formas, os americanos tinham uma cosmovisão peculiar onde os humanos, a mãe e o pai céu são apenas um.

A indústria cinematográfica americana transformou a colonização em direção ao Pacífico como um evento espetacular, onde os indígenas eram tratados de forma estereotipada e violenta.

Entre os últimos acontecimentos está o massacre dos Sioux, em 1890, quando a cavalaria dos EUA executou 150 indígenas, entre homens, mulheres e crianças. Os corpos de todas essas pessoas foram jogados em uma cova coletiva.

Fonte: Toda Matéria

CHIHENNE, "A MAIS CORAJOSA DAS MULHERES APACHE"
Imagem Ilustrativa – Aspecto do interior de uma tenda do povo Apache – Fonte: Toda Matéria

 

 

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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