Çatalhöyük: O ASSENTAMENTO QUE REINVENTOU A VIDA COMUNITÁRIA

Çatalhöyük: O ASSENTAMENTO QUE REINVENTOU A VIDA COMUNITÁRIA

Çatalhöyük: O Assentamento que Reinventou a Comunitária
 
Bem-vindo a Çatalhöyük, um dos primeiros grandes centros urbanos da , datando de cerca de 9.000 anos atrás!
 
Por Fagner Oliveira
 
Çatalhöyük: O ASSENTAMENTO QUE REINVENTOU A VIDA COMUNITÁRIA
Çatalhöyük
Esse incrível assentamento está localizado na região central da Turquia, perto da moderna Konya, e nos oferece uma verdadeira janela para o passado, onde podemos espiar a vida daqueles que estavam apenas começando a descobrir as maravilhas da agricultura e da vida comunitária.
 
Em Çatalhöyük, as casas eram tão próximas umas das outras que, se você quisesse visitar seu vizinho, não tinha o luxo de um simples “Vou dar um pulo ali”.
 
Na verdade, você literalmente dava um pulo… pelos telhados! Isso mesmo, as ruas eram inexistentes, e as pessoas se moviam pelos topos das casas, acessando suas moradias através de aberturas no teto, como se estivessem descendo pela chaminé – uma rotina que faria o Papai Noel parecer preguiçoso.

Vida em Çatalhöyük

Mas não pense que essa arquitetura singular era um convite para fofocas de telhado em telhado. A vida em Çatalhöyük era surpreendentemente organizada e igualitária. Não havia mansões ou palácios indicando que alguém tinha mais status social.
 
Çatalhöyük: O ASSENTAMENTO QUE REINVENTOU A VIDA COMUNITÁRIA
Çatalhöyük
 
O pessoal parecia mais interessado em viver de forma simples, mas com estilo. E falando em estilo, as paredes das casas eram verdadeiras galerias de arte.
 
Murais geométricos e figuras de enfeitavam os lares, mostrando que, mesmo sem Instagram, eles sabiam muito bem como impressionar as visitas.
 
E como todo bom ser humano, eles tinham suas excentricidades. Em vez de simplesmente enterrar os mortos, os habitantes de Çatalhöyük gostavam de guardá-los por perto, enterrando-os sob o chão de suas casas.
 
Às vezes, eles exumavam os crânios, revestiam-nos com gesso e os pintavam, talvez para se certificar de que os ancestrais ainda estivessem “de olho” neles – literalmente.

Economia 

A local era uma mistura de caça, coleta e um pouquinho de “vamos plantar isso aqui e ver o que acontece”. Com o , eles foram se especializando na domesticação de plantas e animais, e assim nasceu uma das primeiras sociedades agrícolas do . A agrícola estava em pleno andamento, e Çatalhöyük era o lugar para estar se você quisesse estar na vanguarda da civilização.

Patrimônio Mundial da UNESCO

Hoje, Çatalhöyük é um Mundial da UNESCO, reconhecido não só por seu valor histórico, mas também por nos lembrar de que, há milhares de anos, alguém já estava renovando o gesso das paredes com uma frequência que faria qualquer pedreiro orgulhoso.
 
Então, da próxima vez que você estiver pensando que a vida moderna é complicada, lembre-se: pelo menos você não precisa descer uma escada pelo teto só para sair de casa. E, quem sabe, você se inspire a colocar uma arte na parede… sem precisar de um crânio de touro para isso!
 
Çatalhöyük: O ASSENTAMENTO QUE REINVENTOU A VIDA COMUNITÁRIA
Çatalhöyük

Benditas Fontes:

Çatalhöyük: The First City?” – Autor: Ian Hodder –  Publicação: Scientific American, 2006. Resumo: Este artigo oferece uma visão abrangente sobre as descobertas arqueológicas em Çatalhöyük, discutindo como este assentamento poderia ser considerado uma das primeiras da história. Hodder, que liderou as escavações recentes no local, explora as práticas culturais, sociais e religiosas da comunidade.
 
“The Domestication of Space: Çatalhöyük and Neolithic Society” Autor: Ruth Tringham –  Publicação: Cambridge Archaeological Journal, 1991. –  Resumo: Tringham analisa como a arquitetura e o uso do espaço em Çatalhöyük refletem mudanças nas estruturas sociais e nas práticas culturais durante o Neolítico, incluindo a transição para uma vida mais sedentária e a domesticação de plantas e animais.
 
The Origins of Agriculture and the Role of Çatalhöyük” – Autores: Peter J. Richerson, Robert Boyd, e Robert L. Bettinger –  Publicação: Evolutionary Anthropology, 2001. –  Resumo: Este artigo discute o papel de Çatalhöyük na transição da caça e coleta para a agricultura. Os autores examinam as pressões evolutivas e culturais que podem ter influenciado esse processo, usando Çatalhöyük como um de caso.
 
https://youtu.be/qcm_aihcvMY
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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