A DIÁSPORA PALESTINA NA AMÉRICA LATINA

A DIÁSPORA PALESTINA NA AMÉRICA LATINA

A DIÁSPORA PALESTINA NA AMÉRICA LATINA

Com esse título, foi publicado um excelente livro de Ahmad Alzoubi, pela Editora MEM, sobre o tema enunciado no título.

Por Emir Sader 

palestina revista focus brasil 156
Foto: Matt Hrkac/Wikimedia Commons

O livro busca observar como essas práticas buscam compensar uma cobertura amparada numa fórmula única e desgastada acerca da Palestina, recorrendo aos preceitos do jornalismo humanitário e de paz. 

Buscou-se compreender, de maneira aprofundada, como a diáspora palestina, com suas formas de comunicação, não apenas tem conseguido ir muito além da abordagem e do discurso da mídia convencional, como tem buscado fortalecer o seu laço cultural e histórico com a Palestina.

A hipótese em que o livro se assenta é de que a falta de solução para a questão palestina exerce forte influência sobre os que imigraram e reforça um sentimento de pertencimento que perdura no tempo.

Há uma falta de representação das vozes palestinas no jornalismo latino-americano, que sofre também com o número crescente de jornalistas palestinos mortos nos últimos vinte anos. Importante também levar em conta que a mídia representa vozes hegemônicas.

Além disso, o jornalismo sobre a questão palestina ainda carece de maior contribuição acadêmica, por meio da adoção de programas específicos nas faculdades de comunicação social.

O início do projeto sionista se dá pelo deslocamento e pela expulsão dos palestinos. O argumento para ocupar a Palestina no início do século XIX a descrevia como “uma terra sem povo para um povo sem-terra”.

Os judeus na Palestina não ultrapassavam 2% da população total. Os árabes e os muçulmanos do século XIX não eram hostis ao sionismo.

A grande revolução palestina se iniciou, em 1937, com uma greve geral considerada a mais longa do século XX contra o colonialismo ocidental. Expressava o desejo de independência e seu ódio pelo estabelecimento de um lar nacional para os judeus.

Nos eventos conhecidos como Nakba (catástrofe), os sionistas expulsaram três quartos de milhão de palestinos, ocupando suas terras, seja por meio da intimidação ou pela força das armas.

Essas incursões causaram choque e destruição do equilíbrio social da extensa família palestina e foram causa de migração e expulsão forçada, devido ao horror das agressões e à propagação do pânico.

Os palestinos foram expulsos das aldeias do centro e do norte da Palestina e, depois disso, tentaram voltar às suas aldeias e cidades, exercendo o direito de retorno, apoiado na resolução das Nações Unidas. 

Os refugiados tentaram voltar para suas casas, mas não conseguiram, e Israel passou a atacar qualquer um que pensasse em retornar, considerando que eles representariam uma ameaça para o Estado de Israel. 

Para desencorajá-los a regressar, os israelenses passaram a lançar ataques indiscriminados para intimidar, incutir medo, fazê-los deixar Gaza e sair da Palestina. Esta é a situação atual do genocídio de Israel contra a Palestina.

#PalestinaLivre

emir saderEmir Sader – Sociólogo. Conselheiro da Revista Xapuri. Fonte: Brasil 247.

 

 

 

 

 

Capa:Brahim Guedich

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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