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Iniciativa busca e divulga projetos inspirados no folclore brasileiro

Agosto é o mês do folclore e uma iniciativa pela web criou um evento para reunir diversos autores e produtores de conteúdo que se inspiram na nacional para debater diversos assuntos que circulam esse tema.

O mês internacional do folclore foi proposto após o próprio termo, “folklore”, ter sido cunhado pela primeira vez pelo pesquisador britânico William John Thoms em um artigo publicado em 22 de agosto de 1846.

No , a data é motivo aulas especiais, apresentações, brincadeiras e festivais para celebrar a nossa tão rica e diversa. Temos uma grande oportunidade para comemorar isso também no âmbito online através de todas as ferramentas e plataformas disponíveis na internet e é disso que se trata o Folclore BR: Somando Visões.

Organizado pelo ilustrador carioca Anderson Awvas, o Folclore BR: Somando Visões é uma iniciativa resultante de muitos anos de na divulgação de diversos projetos relacionados ao . Desde de 2013, Anderson divulga projetos que trabalham com a temática em áreas como jogos, , animação, quadrinhos, e .

folclore brasileiro
Folclore Brasileiro – Arte de Anderson Awvas

A primeira edição do evento virtual aconteceu em agosto de 2017 através do YouTube e foi um sucesso. O reuniu quase 18 horas de conteúdo em bate papos com ilustradores, escritores, game designers, diretores de cinema e contadores de histórias em uma grande rede de diálogos sobre o que vem sendo produzido atualmente na arte de inspiração folclórica.

Neste ano, o evento se concentrará essencialmente nas noites de quarta-feira do mês de agosto, começando logo no dia 1º, com temas ainda mais variados do que em 2017. Haverá também uma programação paralela pelas redes sociais com diversas divulgações de projetos, novidades, sorteios e surpresas durante o mês inteiro.

Quem é Anderson Awvas

Anderson Awvas, 31 anos, é bacharel em design e atua como ilustrador em trabalhos com histórias em quadrinhos e storyboard. Sua relação com o folclore já tem uma trajetória consolidada. A página que coordena, a Folclore BR: Uma nova visão, existe desde 2013 em um esforço de lançar olhares diferenciados para os nossos . Em 2017, criou uma série de pôsteres reimaginando mitos como desenhos inspirados em grandes animações, foi um sucesso e tem sido matéria de jornal e diversos portais até hoje.

Serviço

Você pode acompanhar e conhecer a segunda edição do evento FolcloreBR: Somando visões pelo site oficial http://somandovisoes.com.br/ página no Facebook https://www.fb.com/folcloreBR/ e pelo canal do YouTube https://goo.gl/c4Qpaa . Será uma ótima oportunidade para conhecer novos trabalhos, obras e interpretações, que podem inspirar novas histórias, brincadeiras ou projetos pessoais. Vale ficar atento.

folclore brasileiro

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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