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Ao vivo na emissora, Haddad denuncia tendenciosismo da GloboNews

Haddad denuncia tendenciosismo da GloboNews ao vivo em sabatina na emissora

“A GloboNews nunca contou com o outro lado para falar de na “, disse o vice na chapa do PT, em meio a inúmeras interrupções, para rebater as acusações de que o PT “quebrou” o país

Haddad

Reprodução
  

Em sabatina na GloboNews na noite desta quinta-feira (6), o vice na chapa do PT para a presidência, Fernando Haddad, denunciou na frente dos jornalistas o tendenciosismo da emissora com relação aos governos de seu partido.

O ex-prefeito teve que lidar com uma equipe de jornalistas que mal o deixava falar ou concluir um raciocínio. Depois de passar um bom do programa tentando explicar a falta de provas na sentença contra , Miriam Leitão propôs: “Vamos mudar a pauta para economia pois o tempo está correndo”. Haddad, então, rebateu: “São vocês que pautam, ué”.

Ao começar a falar sobre economia, no entanto, a jornalista não perguntou as propostas da chapa petista para a área, mas começou a acusar o PT de ter “quebrado” o país. Haddad iniciou sua resposta afirmando que o PT governou o país por três mandatos completos e que, neste período, houve superávit e redução da dí pública. Antes de concluir, no entanto, foi interrompido por Miriam Leitão, que afirmou que “acompanhou de perto” os erros na economia durante o último governo de Dilma. O vice de Lula, então, tentou rebater: “Eu estou falando de 12 anos, você está falando de 1”.

Os jornalistas, então, visivelmente incomodados, começaram a dizer que Haddad não faz autocrítica e que, para ele, toda a crise econômica foi fruto da sabotagem da oposição ao governo petista. Foi aí que o ex-prefeito denunciou a tendenciosismo da emissora: “As análises que eu ouço aqui na GloboNews nunca contam com o outro lado para falar dos efeitos da crise na economia. Não pode ser só quem pensa de um determinado jeito”.

Ao longo de toda a entrevista, bombardeado por perguntas sobre , “erros” do PT e Lula, Haddad não conseguiu apresentar nenhuma proposta de governo.

Assista.

Haddad, candidato a vice-presidente, participa de sabatina na GloboNews

ANOTE AÍ

Fonte: Revista Fórum

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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