Saúde e as Quatro Estações
Os sábios conhecem os “comos e os porquês” da variação do Yin e do Yang, portanto podem evitar doenças sob o condicionamento de súbitas mudanças ambientais. Se a lei de variação das energias Yin e Yang for violada pelas pessoas, irão ocorrer doenças com frequência. Quem conseguir manter-se bem adaptado/a a essa lei conseguirá preservar a saúde.
Por Daniel Caltabiano
Você sabe em que estação do ano estamos? Sabe quando ela começa ou termina? Sabe como as plantas e os animais se comportam nesse período? Provavelmente muito poucos responderão sim a essas perguntas, o que não haveria de ser motivo para espanto.
O estilo de vida que se cultiva comumente não nutre o contato com os ciclos naturais que estão acontecendo à nossa volta. Criam-se ambientes artificialmente climatizados, fazendo dia da noite e inverno do verão, que desligam as pessoas completamente do andamento natural das coisas. Seja inverno ou verão, temporada seca ou úmida, vive-se praticamente no mesmo ritmo, alimenta-se da mesma maneira, como se não houvesse diferença.
O equinócio dos dias 22 e 23 de setembro marca o início da estação da Primavera no hemisfério sul. É um período de nascimento e expansão, no qual todas as coisas vivas no mundo florescem e adquirem uma atmosfera dinâmica nova. E o ser humano, que não deixa de ser coisa viva nesse universo, não poderia nunca ser excluído desse ciclo.
Viver em consonância com o florescer da Primavera significa não violentar a faculdade do crescimento, favorecer a vida e não matar, contribuir e não perverter, premiar e não punir. Movimentar-se com a Primavera significa exercitar livremente os tendões e músculos, caminhar cedo pela manhã para receber o sol e respirar o ar fresco e puro, deixar os cabelos soltos para que o corpo fique confortável com a energia da estação.
Mas as madeireiras e os matadouros não diminuem o ritmo. As escolas não mudam suas atividades. E nos escritórios, pernas imóveis, ombros e pescoços duros permanecem invariáveis à estação. E o sol primaveril, quem viu nascer? Só o sabiá, que cantou sem ser ouvido.
O ritmo dos seres humanos segue sem freio, subjugando o que vier à frente. E as pessoas adoecem, tornam-s
e cronicamente disfuncionais, dependem de drogas para viver sem dor, dependem de distrações para viver sem sofrimento. Muito se investe em tecnologia e mentes brilhantes para se estudar a microscopia das doenças raras quando, talvez, a chave para a saúde, para a felicidade e para o bem-estar esteja na simplicidade da vida em harmonia
Daniel Caltabiano – Naturalista