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A lenda da Cuca

A da malvada da Cuca – “Cuidado com a Cuca/Que a Cuca te pega/A Cuca é danada/Ela vai te pegar” 

A Cuca é um jacaré bípede de cabelo amarelo e voz horripilante que, na verdade, é uma velha bruxa encantada. Antes, dizem que era um dragão que chegou ao junto com outras portuguesas desde os primórdios da colonização.

Diz a lenda que a Cuca mora em uma caverna, onde vive fazendo poções mágicas. Como só dorme uma noite a cada sete anos, ela está sempre atenta para sequestrar crianças desobedientes. Mas em geral nem precisa levar as crianças, porque só o seu grito já as assusta a léguas de distância.

Amiga do saci-pererê, a malvada da Cuca ficou mesmo famosa foi com o “Sítio do Pica-pau amarelo”, obra do escritor Monteiro Lobato (1882 – 1948), transformada em seriado de TV entre o final dos anos 1970 e o início dos anos 1980.

Foi nas obras do escritor brasileiro Monteiro Lobato que a personagem Cuca ganhou popularidade. No “Sitio do Pica-pau amarelo”, transformado em série de televisão no final dos anos 70 e começo dos 80, a Cuca passou a ser conhecida nos quatro cantos do país.

Na TV, a Cuca era uma espécie de jacaré bípede com cabelo amarelo e uma voz horripilante, que tinha a ajuda do saci-pererê. Malvada, morava num lugar escuro (caverna) onde, como se fosse uma bruxa, ficava fazendo poções mágicas. Existe até uma que foi feita para a Cuca da TV:

MÚSICA DA CUCA
(Cássia Eller)

Cuidado Com a Cuca
Que a Cuca te pega
Te pega daqui, Te pega de lá

A Cuca é malvada
E se fica irritada
A Cuca zangada
Cuidado com ela
A Cuca é matreira

E se fica zangada
A Cuca é danada
Cuidado com ela
Cuidado com a Cuca
Que a Cuca te pega
Te pega daqui, Te de lá

A Cuca é malvada
E se fica irritada
A Cuca zangada
Cuidado com ela.

Cuidado com a Cuca
Que a Cuca te pega
A Cuca é danada
Ela vai te pegar

SOBRE A PALAVRA CUCA

A palavra Cuca vem da e tem muitos significados:
– Em tupi quer dizer: tragar ou engolir de uma vez só.
– É uma expressão que faz medo nas crianças.
– Em algumas regiões do Brasil é usada pejorativamente para dizer que uma é feia ou velha.
– É o nome de uma torta de frutas feita no sul do Brasil, feita com farinha de trigo, manteiga, ovos e fermento, e coberto com açúcar.
– Em Pernambuco é o nome que se dá ao rolo de mato que que se faz nas roçagens em que se emprega o gancho.
– É também uma palavra utilizada para indicar inteligência ou perda de juízo: Cuca-legal, Fundir-a-cuca (virar a cabeça).

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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