A LENDA DO FAMILIÁ, O DIABINHO DA GARRAFA

A lenda do Famaliá, o diabinho da garrafa 

Tem gente que diz, especialmente nos sertões do Brasil, que é possível ganhar riqueza em vida fazendo um pacto com o Famaliá, também conhecido Capeta da Garrafa, Diabinho da Garrafa, na verdade o próprio diabo.

Ninguém sabe ao certo como é feita a negociação de venda da alma pro Famaliá, mas, diz a lenda que, depois do acerto feito, o processo passa pela aquisição, durante a quaresma, de um ovo de galinha fecundado pelo demo.

Alguns afirmam que o demo faz um galo botar seu ovo, e este, depois de chocado por 40 dias, gera um diabinho de 15 a 20 cm que, imediatamente depois de nascido, deve ser colocado e fechado dentro de uma garrafa.

Quem tem um diabinho na garrafa, com o tempo, ganha muito dinheiro e enriquece, vive uma vida de luxo e fartura. Mas, quando morre, a lenda diz que o Famaliá leva sua alma diretamente para o quinto dos infernos.

OUTRA VERSÃO DA LENDA DO FAMALIÁ

 
Famalia+a+lenda

O Famaliá é fruto de um pacto, em que a pessoa pede sorte, sucesso financeiro e corpo fechado contra “mau olhado”. Segundo a lenda, depois de feito o pacto, a pessoa tem que conseguir um ovo, mas não se trata de um simples ovo de galinha e sim um ovo especial.

 
No sertão de Minas e em outras regiões do Brasil, acredita-se que ele pode nascer de um galo e é do tamanho de um ovo de codorna. Para conseguir tal ovo, a pessoa deve procurá-lo no galinheiro durante o período da quaresma e, na primeira sexta feira após conseguir o ovo, a pessoa vai até uma encruzilhada, à meia noite, coloca o ovo debaixo do braço esquerdo.
 
Depois, retorna para casa e deita-se na cama, ficando deitado por 40 dias. Depois disto, dá uma febre e o ovo trinca, nascendo dele um diabinho de uns 15 a 20 centímetros (o Famaliá). A pessoa deve colocá-lo em uma garrafa preta e fechar bem fechado com uma rolha.
 
Com o passar dos anos o diabinho protege o seu dono e o enriquece. Mas, o outro lado do pacto é que, no final da vida, o Famaliá vem cobrar o preço e leva a pessoa embora com ele.
 
DIABINHO NA GARRAFA TECH TUDO
Foto: Tech Tudo
 
LENDA DO DIABINHO DA GARRAFA – OUTRA VERSÃO
 

Este ser é fruto de um pacto que as pessoas afirmam que se pode fazer com o diabo. Este pacto consiste na maioria das vezes de uma troca, a pessoa pede riqueza e em troca dá sua alma ao diabo.

Depois de feito o pacto, a pessoa tem que conseguir um ovo, que dele nascerá um diabinho de 15 cm a aproximadamente 20 cm. Mas não se trata de um simples ovo de galinha, e sim um ovo especial, fecundado pelo próprio diabo.

O Diabinho da Garrafa tem as seguintes características: Nasce de um ovo (em algumas regiões do Brasil acredita-se que ele pode nascer de uma galinha fecundada pelo diabo, em outras acreditam que ele nasce de um ovo colocado não por galinha e sim por um galo). Este ovo seria do tamanho de um ovo de codorna.

Para conseguir tal ovo, a pessoa deve procurá-lo durante o período da quaresma, e na primeira sexta feira após conseguir o ovo, a pessoa vai até uma encruzilhada, a meia noite, com o ovo debaixo do braço esquerdo. Após passar o horário, retorna para casa e deita-se na cama.

No fim de 40 dias aproximadamente, o ovo é chocado e nascerá o diabinho; de posse do diabinho, a pessoa coloca-o logo na garrafa e fecha bem fechado. Com o passar dos anos, o diabinho enriquece o seu dono, e no final da vida leva a pessoa para o inferno.

Diabinho da garrafa3

Foto: Reprodução/Internet

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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