Lenda da casa das 365 janelas
Lenda da casa das 365 janelas
Lenda da casa das 365 janelas

Lenda da casa das 365 janelas

Atualizada:

Lenda da Casa das 365 Janelas

O comendador Joaquim era um dos homens mais ricos de Goiás no século XIX. Tinha tanto dinheiro que mandou fazer um belo casarão com 365 janelas, uma para cada dia do ano. Para construí-la, não olhou para gastos, empregou as madeiras mais finas, usou acabamentos em ouro e as lâmpadas eram feitas de um cristal puríssimo…

Via Toda Matéria

A casa tinha salões de reuniões, salão de baile, quartos, alcovas para os viajantes, cozinha, despensas e tudo mais que significava conforto naqueles tempos. Não havia morada mais bonita e todos os que passavam por aqueles campos se aproximavam para contemplá-la. A fama da mansão era tão grande que mesmo artistas que nunca a tinha visto faziam pinturas sobre ela.

Um belo dia, o comendador faleceu e não deixou herdeiros. Por isso, o povo entrou na casa, vasculhou todos os seus recantos em busca dos tesouros escondidos que o comendador tinha. Quem não conseguiu levar os copos dourados ou os macios lençóis, arrancou pedaços do piso de madeira e também as lindas janelas que eram a joia daquela construção.

Diz a lenda que vários pedaços da casa serviram para edificar outras em Goiás e, por isso, é possível ouvir os passos do Comendador pelas ruas buscando partes de sua antiga casa das 365 janelas.

Fonte: todamateria.com

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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