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Alerta de incêndios que ameaçam o Pantanal cresce

Alerta de incêndios que ameaçam o Pantanal cresce

O Ministério do Meio Ambiente afirmou que mais brigadistas foram mobilizados, e duas aeronaves adicionais serão deslocadas para o Pantanal

Por Mídia Ninja

O estado de Mato Grosso enfrenta uma crise ambiental preocupante com 1.634 focos de queimadas registrados até 10 de novembro, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Essa situação alarmante levanta temores entre especialistas, que acompanham de perto o avanço do fogo sobre o Pantanal, e emitem o alerta: autoridades precisam agir de maneira urgente.

O Ministério do Meio Ambiente afirmou que mais brigadistas foram mobilizados, e duas aeronaves adicionais serão deslocadas para o Pantanal.

O índice atual de queimadas, embora não tenha atingido os picos registrados em 2002, quando novembro contou com 3.247 focos de calor, preocupa pela sua intensidade e impacto nas áreas pantanosas. O acumulado do ano revela um aumento de 156%, comparado a janeiro a novembro de 2022, segundo o Inpe.

A pesquisadora Karla Longo, responsável pelo monitoramento de queimadas do Inpe, destaca a preocupação com a falta de chuvas em novembro. “O grande problema é que agora, em novembro, já deveria estar chovendo, e ainda não está. E não há expectativa de chuva nos próximos cinco dias, uma semana. Então, a preocupação é de que esse fogo continue queimando, se não houver um combate efetivo”, alerta em entrevista ao Metrópoles.

O fenômeno climático El Niño, que aquece as águas do Pacífico e altera os padrões de chuvas no Brasil, complica a comparação com anos anteriores. A Organização Meteorológica Mundial (WMO) emitiu um alerta, prevendo a persistência do El Niño até abril de 2024, o que, segundo Karla Longo, favorece o aumento de casos de queimadas, podendo atingir novos recordes.

O Corpo de Bombeiros de Mato Grosso destaca as dificuldades enfrentadas no combate às queimadas devido às vastas áreas úmidas e vegetação pantanosa. Em algumas localidades, o fogo apresenta características de reignição devido ao longo período de estiagem.

Em meio a esse cenário crítico, a atenção se volta não apenas para o combate imediato, mas para a necessidade urgente de ações preventivas e estruturais para preservar o Pantanal, um dos biomas mais ricos e diversos do Brasil. Ambientalistas locais chamam a atenção para o descumprimento de uma série de normas que deveriam estar sendo executadas, mas que foram abandonadas em algumas localidades, como vigilância permanente de áreas de incêndio que se propagam muito rápido.

Fonte: Mídia Ninja Capa: Reprodução 


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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