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AS CORES DOS FIOS-DE-CONTAS

AS CORES DOS FIOS-DE-CONTAS DE CADA ORIXÁ

As dos fios-de-contas de cada

Feitos de diversos materiais e cores, os fios trazem proteção do orixá representado pela cor das contas.

Por Alba Vasconcelos /Fio Azul

As Cores dos fios-de-contas de cada Orixá:

Exú – Contas Pretas intercaladas com Contas Vermelhas ou contas Cinzas

Ogum – Contas Verde ou azul marinho

– Contas Azul-turquesa

Omolú – Contas Brancas Raiadas de Preto e

Jagun – Contas brancas rajadas de preto

Oxumaré – Contas verdes Raiadas de Amarelo

Ossaim – Contas Verdes rajadas de branco

Iroko – Contas Verdes intercaladas ou não com Contas marron ou brancas 

Logun Edé – Contas Azul-turquesa intercaladas com Contas douradas

– Contas Douradas ou Contas de Âmbar

Iemanjá – Contas Brancas translúcidas ou Contas de Cristal

Iansã – Contas Marrom ou Contas de Coral

Obá – Cinco Contas Vermelho escuro intercalada com uma Conta Amarela, podem ser tipo cristal

Ewá – Contas Vermelhas rajadas de amarelo

Nanã – Contas Brancas Rajadas de Azul marinho

Xangô – Contas Vermelhas ou marrom intercaladas com Contas Brancas

Airá – Contas Brancas rajadas de marron ou vermelho

Oxalá – Contas Branco Leitoso

Oxaguian – Contas brancas intercaladas com 8 seguís.

Nota da Redação: Encontramos, creio que em 2022,  esta foto linda no Facebook de Alba Vasconcelos – albavasconcelos.myportfolio.com©Alba. Lemos o texto que acompanha. Amamos. Em : Recomendamos uma visita ao portifólio desta artista fantástica, a quem não conhecemos pessoalmente, mas de quem admiramos o , que se apresenta com o seguinte  texto (cortado em parágrafos por exigência do sistema):
 
A beleza, o instigante, a leveza, a densidade, a alegria e o que parece grave. O que é vivo e o que é latente, o que pode ser a da vida e da morte. As imagens presentes, vem a revolver este conceito como princípio modelador de expressão e conceito.
 
A beleza parece ser a inequívoca chave que facilita ao olhar, um passeio inebriante, seja qual for o aporte temático. Mas não procura discernimentos sobre o real, apenas pretextos para abrir a poética visual que dialoga a partir da fotografia, com outros territórios da arte, como a pintura e a escultura.
 
São trabalhos que exploram os volumes e os intimismos das texturas, com a delicadeza de uma aquarela, aos relevos de uma escultura; exploram o tempo pelo silêncio, e o espaço por suas formas, sombras, luz e grafismos.
 
Nestas imagens, há uma construção paciente, uma articulação que delibera sobre um interesse tecido, que se serve de objetos do seu universo, e escolhe aquilo que vai servir ao lugar tema, ao conceito que deseja afirmar, ou o espaço simbólico que lhe interessa.
 
Resta a ação de olhar, e buscar estes referentes não inteiramente confessados, mas alusivos, mesmo que contradito, no cerne da arte, ou do que representa o significado de ser . Temos então, um conjunto de trabalhos complexos, cobertos por véus de beleza, intensidade expressiva e deliberações conceituais.
 
De resto, é buscar o que pode ser encontrado por cada um.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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