ÀS URNAS! PELA DERROTA DA EXTREMA-DIREITA

ÀS URNAS! PELA DERROTA DA EXTREMA-DIREITA

 

Às vésperas das eleições de 6 de outubro, impõe-se total mobilização da militância, do arco político amplo, das bases sociais, de apoio das forças progressistas pela conquista do voto. Vale muito, nesta hora da decisão, transmitir alegria, esperança, firmar compromissos com o povo por cidades democráticas, mais humanas, sustentáveis e inclusivas. Em contraste com o ranço de violência e intolerância, pregação autoritária e elitista do bloco da extrema-direita.

Parcelas significativas da população seguem indecisas quanto a escolha de candidaturas às prefeituras, e mais ainda às cadeiras das câmaras municipais. Além do que, um quantitativo razoável ainda pode mudar o voto. Daí a indefinição de quem ganha, de quem vai para o segundo turno, como é caso, para citar alguns exemplos, das cidades de São Paulo, Porto Alegre, Florianópolis, Belo Horizonte, Fortaleza e Natal.

Nesses momentos finais e cruciais da disputa, para ganhar os votos dos indecisos e consolidar os já conquistados serão determinantes para definir o resultado os debates entre as candidaturas, a propaganda de TV, a batalha nas redes sociaisredes sociais, o visual e a campanha de rua, o pedido massivo e personalizado do voto, tudo em seu conjunto.

Sobretudo nas capitais e grandes municípios, se confirmou, de modo límpido ou difuso, o confronto já antes anunciado entre o amplo campo democrático e progressista da base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o polo da extrema-direita e os círculos a ele acoplados.

Setores da mídia, com objetivo de difundirem uma avaliação distorcida sobre quem irá vencer e quem irá perder, restringem o campo do presidente Lula somente às candidaturas das legendas da Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB, PV), a FE BRASIL. Por óbvio, uma manipulação grosseira, que não cola. O elenco de candidaturas apoiadas pela FE BRASIL no primeiro e no segundo turno, por certo, são da base política do governo Lula.

São Paulo, por ser a maior metrópole da América Latina, e por ser cenário de uma disputa acirradíssima, ganhou uma importância especial. A extrema-direita se dividiu em duas candidaturas, ambas com chances de ir para segundo turno. Guilherme Boulos é o candidato do campo democrático, da base do presidente Lula, que tem reais chances de ir ao segundo turno e vencer as eleições. Daí ser correta a iniciativa de setores democráticos que conclamam o povo a concentrar os votos em Boulos.

Desde agosto, com o início oficial da campanha, fatos e acontecimentos importantes incidiram sobre a dinâmica das eleições municipais, mas só os resultados irão revelar em qual grau eles interferiram – ou não – nos resultados. O país, desde parte do Sudeste ao Norte, enfrenta a maior seca em setenta anos. Os incêndios, parte considerável deles criminosos, provocaram grande destruição e cobriram de fumaça grande número de cidades. Veio à tona a importância do tema da proteção do meio ambiente e o perigo das concepções e práticas negacionistas da direita, que refutam as mudanças climáticas.

Na economia, com mais cento e um milhões de empregos, a taxa de desocupação é a menor em dez anos, além do crescimento da economia acima do esperado. Na contramão dessas boas notícias na esfera da atividade econômica, o Banco Central retomou o aumento da taxa de juros, por pressão do capital financeiro.

O confronto eleitoral em andamento ressalta tanto a importância da frente ampla democrática quanto a necessidade de uma esquerda forte. E, para termos uma esquerda forte, a história demonstra, e o presente reafirma, é necessário um PCdoB com presença significativa nas múltiplas dimensões da luta de classes, entre elas no parlamento. Daí a importância no voto nas candidaturas do PCdoB às câmaras municipais e às prefeituras.

Às urnas, cidadãos, cidadãs! Por cidades democráticas, mais humanas, inclusivas e sustentáveis, pela vitória das forças progressistas, pela derrota da extrema-direita e dos setores a ela associados!

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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