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Bobó de palmito

Bobó de palmito

Bobó de palmito

A receita deste mês é um prato que tem influência portuguesa, com o azeite de dendê trazido pelos africanos e a mandioca, ingrediente típico da culinária dos índios nativos…

Por Beatriz Haruka e Samuel Leão

Dessa mistura de ingredientes e técnicas, surge um cozido super cremoso e saboroso. A receita tradicional leva camarão, mas nesta vegana colocamos palmito fresco, outro ingrediente típico das terras tupiniquins. Como resultado temos um bobó bem mais leve.  

Ingredientes 

Palmito fresco cortado em rodelas – 5 xícaras (600 g)

Mandioca descascada e cortada em cubinhos – 2 ½ xícaras (400 g)

Cebola cortada em cubinhos – 1 média (100 g)

Tomate cortado em cubinhos – 2 médios (200 g)

Pimentão cortado em cubinhos – ½ médio (40 g)

Leite de coco – 2 xícaras (500 ml) 

Suco de limão – 2 colheres de sopa (30 ml)

Azeite de dendê – 1 colher de sopa (15 ml)

Modo de preparo 

  1. Em uma panela de pressão, coloque a mandioca e cubra com água. Leve ao fogo médio e cozinhe até ficar macia.
  2. Escorra a água e espere esfriar um pouco. Transfira para o liquidificador e adicione o leite de coco, bata bem até obter um creme homogêneo. Reserve.
  3. Em uma panela grande, aqueça o azeite de dendê e refogue a cebola até murchar.
  4. Acrescente o tomate, o pimentão e o sal. Misture bem e refogue mais um pouco.
  5. Adicione as rodelas de palmito, o suco de limão e o creme de mandioca. Misture bem e cozinhe por cerca de 10 minutos depois que levantar fervura.
  6. Desligue o fogo e finalize com coentro, salsinha ou cebolinha, se preferir.

Beatriz Haruka – Ativista Alimentar.

Samuel Leão – Jornalista.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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