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Caño Cristales, o belo rio colombiano de 5 cores

Caño Cristales, o belo rio colombiano de 5 cores

Caño Cristales, um dos rios mais bonitos do mundo, fica na Colômbia e  produz um espetáculo visual em cinco cores diferentes: vermelho, verde, amarelo, azul e preto 

O rio é um curso-d’água da bacia Amazônica, não muito comprido, com seu comprimento não passando de 100 quilômetros. O Canõ Cristales produz um espetáculo visual em cinco diferentes: vermelho, verde, amarelo, azul e preto.

O fenômeno acontece durante a transição da época mais do ano para a mais úmida, entre os meses de setembro e novembro. O fluxo da água corre mais rápido, impedindo o crescimento desses microrganismos e, quando predomina o seco, não sobra água suficiente para eles sobreviverem.

Considerado por muitos como “o rio mais bonito do mundo”, Caño Cristales, também conhecido como o “Rio de 5 Cores”, fica na Colômbia, no município de La Macarena. Pode até parecer exagero, mas logo você entende o motivo dessa cenário surreal e único.

O que chama a atenção é a mistura de cores que pode ser observada na transição das estações seca e chuvosa. Plantas aquáticas e algas criam uma mescla incrível de cinco tons de cores na água: vermelho, azul, amarelo, verde e preto.

Caño Cristales, o rio de 5 cores na Colômbia [Foto por Mario Carvajal (cc) 2012]

Caño Cristales: por Mario Carvajal (cc) 2012

Embora tenha ficado durante anos fechado ao turismo, hoje a região tem fácil acesso de avião a partir de Bogotá ou Villavicencio. Mas é preciso ficar atento à temporada de visitação do Parque Nacional Natural Serranía de La Macarena, que vai de junho ao fim de novembro. Nos demais meses, é a época do período reprodutivo das plantas aquáticas.

Caño Cristales, o rio de 5 cores na Colômbia [Foto por Mario Carvajal (cc) 2012]

Caño Cristales, o rio de 5 cores na Colômbia [Foto por Mario Carvajal (cc) 2012]

Caño Cristales, o rio de 5 cores na Colômbia [Foto por Mario Carvajal (cc) 2012]

QUANDO VISITAR
A temporada dura seis meses por ano, de junho ao fim de novembro, podendo se estender em alguns anos até dezembro.

COMO CHEGAR
Durante a temporada de visitação ao Caño Cristales, a empresa Satena opera alguns voos semanais entre Bogotá e La Macarena. O avião é pequeno, apenas para 32 passageiros.

A partir da cidade de Villavicencio é possível chegar através de voos charters, chamados de “Aerotaxis”. Confirme sempre se o rio está aberto antes de comprar as passagens.

Por Mario Carvajal (cc) 2012Fotos por Mario Carvajal (cc) 2012 – Fonte: Notícias ao Minuto


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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