CEF 8

Educação-Brasília: CEF-8 de Sobradinho utiliza bioconstrução no combate à evasão escolar

-Brasília: CEF-8 de Sobradinho utiliza bioconstrução no combate à evasão escolar

Socializar, construir e grafitar: uma forma sustentável de promover a
inclusão e a aproximação dos estudantes

Por: Redação – Sinpro/DF

O docente do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 8 de Sobradinho utiliza bioconstruções e técnicas de permacultura como estratégias de incentivo à , inclusão social e combate à evasão escolar.

O projeto que prevê a construção de uma praça sustentável na com uso de superadobe é coordenado, atualmente, pelo de Ciências Naturais, Diogo Pacher. A técnica foi desenvolvida na década de 70, pelo arquiteto iraniano Nader Khalili.

A edificação é simples: consiste em preencher sacos de rafia com solo úmido e argiloso, compactados e moldados de acordo com a estrutura desejada. Existem várias práticas como, adobe, superadobe, COB, taipa e outros. Além de , os discentes aprendem conceitos de geografia, matemática, cálculo de volume, perímetro e área superficial.

 
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Antes de iniciarem o , os estudantes visitaram a Chácara do Professor, espaço construído aos moldes da permacultura e bioconstruções
 

Ele explica que antes de iniciarem o planejamento, os alunos visitaram a Chácara do Professor do Sinpro-DF, sindicato que representa a categoria em Brasília. O amplo espaço foi planejado e construído aos moldes da permacultura e bioconstruções.

Segundo Pacher, o diferencial do método está na rapidez, baixo custo, durabilidade e pouco impacto ambiental. Existem casas de superadobe que podem resistir mais que as de alvenaria. A essência das bioconstruções consiste em criar estruturas que respeitem o , desde o planejamento até o descarte de resíduos.

“Em nossa escola já tínhamos a demanda de um espaço ao ar livre para atividades recreativas dos alunos. Diante da nossa necessidade, vimos no projeto uma oportunidade de ensinar aos estudantes a importância da educação ambiental. A praça ainda não está totalmente pronta. Ainda dependemos de recursos para a compra dos sacos de rafia e a ideia é concluir o espaço este ano, em parceria o projeto de grafite. Neste outro, os alunos com problemas comportamentais que pichavam, utilizarão a arte do grafite para decorar a praça sustentável. Hoje, os estudantes têm autonomia para construírem sozinhos. Os menos experientes fazem um banco de quatro camadas em duas horas, enquanto os mais experientes em 30 minutos”, explica.

Em 2018, somente alunos do 8° ano participaram do projeto. Na época, a ideia foi apresentada na Feira de Matemática e na Feira de Ciências, onde chegou à etapa regional do circuito. Este ano, Diogo explica que a participação dos alunos será maior com a junção dos dois projetos.

“Fico feliz em ver o interesse e a iniciativa dos estudantes. Projetos como este ajudam a incluir os discentes em atividades que auxiliam no humano. Iniciativas assim são fundamentais e possíveis, mas, sempre com o apoio da equipe gestora que é imprescindível. Desde o início das atividades temos tido resultados positivos dos alunos. Problemas como indisciplina, conflitos, déficit atenção e outros têm sido resolvidos através do trabalho em equipe. A praça de superadobe, além de ser um lugar de interação entre os estudantes durante os horários recreativos, servirá como um espaço de atividades diversas, promovidas por toda a comunidade escolar”, concluiu o educador.

Fotos: Acervo do CEF 8 de Sobradinho

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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