Árvores também têm “coração”

 Árvores também têm “coração”

Pesquisadores descobriram que as árvores têm um “batimento cardíaco”, é tão lento que nunca percebemos antes. Descobriram que os troncos e galhos de árvores se contraem e se expandem para “bombear” a água das até as folhas, semelhante à maneira como nosso coração bombeia o sangue através de nossos corpos…

 
A única diferença entre o nosso pulso e o de uma árvore é que o de uma árvore é muito mais lento. “Bate” uma vez a cada duas horas ou mais. E ao invés de regular a pressão sanguínea, o “batimento cardíaco” de uma árvore regula a pressão da água de suas raízes. É, em essência, um tipo de “pulsação”.

Em seu  de 2017, Zlinszky e seu colega Anders Barfod usaram um scanner a laser terrestre para monitorar 22 espécies de árvores e documentar como a forma dos topos dessas árvores mudou.

As medições foram feitas em estufas à noite para descartar o sol e o como fatores nas mudanças de forma das árvores. Em várias árvores, os galhos subiam e desciam aproximadamente um centímetro a cada duas horas.

Depois de estudar a atividade noturna das árvores, os pesquisadores elaboraram uma teoria sobre o significado dessas mudanças na forma e nos movimentos das árvores. Eles acreditam que esse movimento é uma indicação clara de que as árvores estão bombeando água de suas raízes.

Mas os pesquisadores ainda não entendem completamente como esse movimento de “bombeamento” funciona. Eles sugerem que talvez o tronco gentilmente aperte a água, empurrando-a através do xilema, um sistema de tecido vegetal formado por células mortas, rígidas e lignificadas que conduzem a seiva e sustentam a cuja principal função é transportar água e nutrientes das raízes para brotos e folhas.

Fontes pesquisadas: NewScientistEcocosasReturntonowCollective Evolution

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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