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CONSERVA DE CEBOLA

Conserva de cebola

Por Lúcia Resende

A cebola passa longe de ser unanimidade, mas, além de saudável, é extremamente versátil.

Um bom jeito de consumir é em conserva, à moda antiga. Dessa forma, ela perde a acidez que incomoda muita gente e cai no gosto até da meninada. Vai bem com carne assada, na salada ou de qualquer forma que o paladar aprovar. É fácil, vamos lá?

Ingredientes

  • 1 kg de cebolas pequenas
  • 1 dente de alho
  • Pimenta-do-reino em grão a gosto
  • 1 ½ xícara de vinagre branco
  • 1 colher de sobremesa de sal
  • 1 galho de erva de sua preferência (ou uma pitada de ervas secas)
  • Azeite de oliva

 

Modo de fazer

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p style=”text-align: justify;”>Descasque cuidadosamente as cebolas, pra não “ferir”. Coloque em uma vasilha, cubra com água e ferva rapidamente. Escorra numa peneira e coloque debaixo da torneira de água fria, pra um choque térmico. Ajeite as cebolas num vidro, com o galho de erva (na da foto, usei salsa e cebolinha, mas pode ser tomilho, alecrim, sálvia, enfim, a de sua preferência), acrescente o sal, a pimenta-do-reino, o dente de alho. Por último despeje o vinagre, a água e cubra com azeite. Para durar mais, pode ser mantida em geladeira.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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