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Diamantes extraídos de Terras Indígenas em Rondônia são apreendidos em operação da PF

Investigados enfrentarão uma série de acusações, tais como furto, associação criminosa e invasão de Terra Indígena.

Por Mídia Ninja/Redação

Diamantes e madeira extraídos de maneira ilegal de terras indígenas na Amazônia foram apreendidos pela Polícia Federal (PF), durante a operação “Oraculum”. As Terras Indígenas Roosevelt e Parque Aripuanã, em Rondônia, foram os alvos principais da operação, que aconteceu na última semana. Nos últimos dias, os investigadores buscam avaliar o valor das apreensões, que já chega a R$ 5 milhões.

A operação revelou uma associação criminosa que atuava de forma intensa dentro das terras indígenas. Seu modus operandi consistia na extração desenfreada de diamantes e no transporte clandestino de madeira. Para garantir o sucesso de suas atividades ilícitas, o grupo se comunicava secretamente através de rádios amadores, a fim de se precaver da presença da polícia e dos órgãos ambientais de fiscalização.

Caminhões, armas, equipamentos de extração e comunicação foram confiscados, objetivando desmantelar a infraestrutura utilizada pelos criminosos. Tal ação visou não somente cessar as atividades ilegais, mas também combater a impunidade e proteger o patrimônio ambiental das Terras Indígenas.

Os investigados enfrentarão uma série de acusações, tais como furto, associação criminosa e outros crimes. As penas atribuídas a essas infrações ultrapassam 20 anos de prisão, além das medidas de reparação ambiental necessárias para mitigar os danos causados.

Em nota, a Polícia Federal reafirmou seu compromisso inabalável em proteger as terras indígenas, garantindo a integridade do meio ambiente e promovendo a justiça perante aqueles que transgridem as leis ambientais.

Fonte: Mídia Ninja. Foto: Polícia Federal. Este artigo não representa a opinião da Revista e é de responsabilidade do autor.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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