Gruta do Lago Azul, uma das mais lindas do Brasil

GRUTA DO LAGO AZUL, UMA DAS MAIS LINDAS DO BRASIL

Gruta do Lago Azul, uma das mais lindas do Brasil

Tudo é muito lindo em Bonito, Mato Grosso do Sul, mas dentre os passeios especiais naquele paraíso do ecoturismo, vale a pena reservar umas duas horas para visitar a Gruta do Lago Azul, uma das maiores cavidades inundadas do planeta, localizada 21 km distante do centro da cidade

Por Eduardo Pereira

Embora a gente tenha de descer uma escadaria íngreme de 300 degraus, depois de caminhar por uma trilha de cerca de 200m e passar por uma entrada lapidada em pedra, a piscina natural da gruta, acessível inclusive para crianças a partir dos cinco anos, é de um azul-turquesa estonteante!

Como a grande maioria dos destinos turísticos de Bonito, a visita exige a presença de um/a guia que, ao longo do passeio, vai fazendo pequenas paradas pra que a gente possa contemplar e fotografar formações geológicas, rochas e espeleotemas milenares. Depois de uns 10 minutos observando o lago azul, o retorno à superfície é feito pelo mesmo percurso.

Segundo informações do Portal do Bonito, a gruta abriga fósseis de animais extintos como a preguiça gigante, o tigre dentre-de-sabre, mastodontes e outras espécies pré-históricas. Ali existe também um camarão de água doce, o Potiicoara Brasiliensis, catalogado em 2002 que, de acordo com os cientistas, é tão antigo quanto os próprios dinossauros.

Eduardo Pereira
@weiss_guru

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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