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Lula: sociedade já não confia mais na Justiça

Lula: sociedade já não confia mais na Justiça

Lula lamenta blindagem de Dallagnol e diz que sociedade já não confia mais na Justiça

O ex-presidente Lula ainda reforçou que Deltan Dallagnol “montou uma quadrilha”, “que destruiu a indústria nesse país”, ao referir-se à Lava Jato

247 – O ex-presidente Lula, que foi perseguido pelo Judiciário brasileiro, lamentou, em entrevista à Folha de Pernambuco, a blindagem que foi feita ao procurador da força-tarefa da operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) com o apoio do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ele ainda disse que esse tipo de ação “leva a sociedade a não ter nenhuma esperança no sistema da Justiça”. “Essa semana o Dallagnol foi aos meios de comunicação pra impedir uma punição no CNMP. Ontem o julgamento dele foi adiado pela 41ª vez. O comportamento de uma parte do poder judiciário leva a sociedade a não ter nenhuma esperança no sistema de Justiça”.

O ex-presidente ainda destacou que tudo o que havia sido argumentado pela sua defesa “está vindo à tona agora”. E afirmou que Dallagnol “montou uma quadrilha”, “que destruiu a indústria nesse país”, ao referir-se à Lava Jato que prejudicou a economia brasileira.

“Tudo o que foi dito pela minha defesa nos autos do processo está vindo à tona agora. Se tem alguém que montou uma quadrilha foi o Dallagnol. Uma quadrilha que destruiu a indústria nesse país”.

Lula ainda aproveitou a entrevista e criticou o ex-juiz e ex-ministro de Jair Bolsonaro, Sergio Moro, outra figura importante da Lava Jato. Segundo o ex-presidente, “Moro foi um juiz ideologicamente comprometido com a minha condenação”. “Eu dizia isso há anos, antes dele me condenar. Sabia que a mentira já tinha ido muito longe. Em 2018 até a ONU disse que eu deveria ser candidato. Não deixaram”, destacou.

@LulaOficial

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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