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Lutar pelo acesso à educação para salvar o Brasil

Lutar pelo acesso à educação para salvar o Brasil

Lutar pelo acesso à para salvar o

Parece história de terror mas não é. O Brasil passa por uma recessão econômica, com cada vez mais pessoas passando fome, o desemprego em níveis estratosféricos e um custo de vida muito alto para grande parte da população. Como se este cenário não bastasse, ainda temos um alto índice de evasão escolar, que como bem sabemos é um problema que não pode esperar…

Por Rozana Barroso/Via Mídia Ninja

E muitos ainda perguntam: o que a evasão escolar tem haver com a menstruação? Oras, não precisa ser uma pessoa que menstrua para entender, não é? Mas vivendo neste atual Governo a explicação se faz necessária. O período menstrual pode começar muito cedo para alguns e pode durar de 3 a 7 dias. Bom dito isso, em cada ciclo, se usa em média 20 absorventes. E muita gente, mas muita mesmo, não consegue comprá-los. Agora, imagina a cena: uma adolescente não tem esse item básico, falta na escola por 3 dias por medo e vergonha de “manchar” a roupa. No outro mês, mais 3 dias. Perdendo conteúdo e provas. No terceiro mês, ela já não vai mais às aulas. E estes são os relatos que recebemos frequentemente de diversos estudantes pelo Brasil.

A solução deste problema foi pensada por nós, demais entidades e pelo Congresso com a criação do Projeto de Lei de Pobreza Menstrual 4968/19. Porém, a perversidade deste Governo não tem limites e Bolsonaro vetou. O PL volta agora à Câmara para derrubá-lo, mas até agora não há garantia nenhuma que isso possa acontecer.

Em um momento tão crítico de nosso país, quando toda a sociedade deveria pensar juntas em soluções de resgate destes estudantes fora da escola, estamos batalhando pelo direito à dignidade e à saúde. E sabemos que a população mais afetada durante a pandemia e fora da escola continua sendo a negra e a periférica.

Quanta potência do nosso povo estaremos perdendo nos próximos anos com estes jovens fora da escola? Você já pensou nisso? A educação é a base do desenvolvimento soberano de todo país. O atual governo parece não atentar a isso e promover o enfraquecimento de todo sistema educacional. Afinal, segundo o Ministro da Educação, o filho do porteiro não precisa estar na Universidade, não é?

Não aceitaremos isso. Terá filho de porteiro, de empregada, professora e todo mundo na Universidade, SIM! Temos que fortalecer a nossa educação, lutar pelos nossos direitos. A pauta #Livreparamenstruar já mobiliza diferentes setores da sociedade, de ONGs à celebridades. E é preciso mais do que nunca pressionar o Congresso para que o veto seja derrubado. Todos na defesa da dignidade menstrual. Todos contra Bolsonaro!

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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