Marinha do Brasil inicia nova expedição à Antártica

Marinha do inicia nova expedição à Antártica

Renan Lúcio

Zarpou ontem do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro o navio polar Almirante Maximiano, que passará seis meses na Antártica com cerca de 70 militares e 30 cientistas, dando apoio ao de projetos de pesquisas na região.

Comandado pelo capitão de mar e Augusto Bittencourt Heine Filho e com suporte do navio de apoio oceanográfico Ary Rongel, o Almirante Maximiano participará da trigésima sétima Operação Antártica (OPERANTAR XXXVII), a sua décima, com escalas em Rio Grande, no , Punta Arenas, no Chile, Ushuaia, na Argentina, e Montevidéu, no Uruguai. A previsão é a de que ele retorne à capital fluminense em abril do ano que vem.

© SPUTNIK . RENAN LÚCIO
Navio do Brasil rumo à Antártica

Em entrevista à Sputnik Brasil, o comandante destacou que a missão é muito importante tanto para a Marinha como para o Brasil em geral. Segundo ele, além de servir como suporte aos pesquisadores, o Tio Max, como é conhecido o navio, também prestará apoio à reconstrução da nova Estação Antártica Comandante Ferraz, que deve ser inaugurada no início de 2019.

Marinha brasileira
Capitão de mar e guerra Pedro Augusto Bittencourt Heine Filho (esquerda), no convés do navio polar Almirante Maximiano, no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro | © SPUTNIK / RENAN LÚCIO

“A Marinha vem realizando, desde 1983, essa parceria com todos os institutos de pesquisa do Brasil que estão habilitados a fazer pesquisas na Antártica. Nós somos a plataforma que melhor pode apoiar esses projetos, porque nós levamos os pesquisadores até os pontos onde eles realizam as suas pesquisas, as coletas, e coletam todas as informações necessárias para os seus projetos.”

Em sua segunda viagem ao continente gelado, o capitão deixará saudades em sua família aqui no Brasil enquanto se aventura pelo Polo Sul. Mas, segundo sua , essa distância pode ser encarada também como motivo de orgulho:

Marinha brasileira
© FOTO : MARINHA DO BRASIL/DIVULGAÇÃO Marinha do Brasil inicia série de operações conjuntas intercontinentais

“A é feita através dele, mandando mensagens, e-mails […] A saudade é muito grande, profunda. Mas, ao mesmo tempo, nos deixa muito felizes, porque representa realmente um sucesso pleno do meu filho comandando esse navio”, disse também à Sputnik dona Lícia Heine.Incorporado à Marinha do Brasil em 3 de fevereiro de 2009, o navio polar Almirante Maximiano possui comprimento total de 93,4 metros, deslocamento carregado de 5.540 toneladas, velocidade máxima mantida de 11,5 nós e acomodação para até 119 pessoas. Seu sistema de propulsão é alimentado por dois motores diesel de 12 cilindros Caterpillar modelo 3612DI, com 4.260 HP, enquanto a geração de energia depende de dois geradores de eixo AVK D-8070 1.464 KW, um motor Caterpillar 3512 V12 1424 KW e um diesel-gerador de emergência Cummins NTA855 250 KW. O navio dispõe de três lavanderias, quatro locais para refeições, televisão, DVD, videogames, conjunto de som, jogos de salão, academias de ginástica, biblioteca, enfermaria e gabinete odontológico, entre outras instalações e facilidades.

Fonte: Sputnik Brasil

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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