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Monalysa Alcântara, Miss Brasil 2017: Linda, guerreira, negra, nordestina, e do Piauí!

Monalysa Alcântara, Miss 2017: Linda, guerreira, negra, nordestina, e do Piauí!

Realizei um sonho, e sonhei pelo meu Piauí.” – Monalysa Alcântara – Miss Brasil 2017

Em uma competição que destaca mais a beleza branca, a nova Miss Brasil é negra e nordestina. Na noite deste sábado, 19 de agosto de   2017,  no Teatro Vermelhos, em Ilhabela, litoral de , Monalysa Alcântara, 18 anos, estudante de administração,  foi coroada no maior concurso de beleza nacional, desbancando outras 26 competidoras e agora representará o país no Miss Universo.

De acordo com informações divulgadas pela organização do concurso Miss Brasil, a representante de Piauí diz ter uma ligação forte com temas que envolvem empoderamento . Por ser uma negra, ela conta que passou por situações preconceituosas que a fizeram amadurecer e superar as dificuldades com determinação.

Em uma das fases, as pretendentes ao posto precisam responder algumas perguntas, foi aí que a representante do Piauí mostrou a que veio. “Minha super estratégia será ser eu mesma: uma mulher nordestina, que passou por diversas coisas, muitas dores que fizeram ser quem eu sou hoje. Vou ser eu mesma. Não tem segredo”, afirmou, quando questionada sobre como representará a beleza brasileira internacionalmente.

Monalysa é a terceira negra a vencer o concurso. Em 2016, a vencedora foi a candidata do estado do Paraná, Raissa Santana, segunda negra a ganhar a competição. Em 2017, em  segundo lugar, ficou a modelo e estudante de gestão financeira Juliana Mueller, de 25 anos, representante do . A terceira colocada foi a também modelo e estudante de engenharia de produção Stephany Pim, 23 anos, que representou o Espírito Santo.

Monalysa revelou ainda que, quando , não se reconhecia como negra. “Através da minha , vou ajudar as a se acharem mais bonitas e mostrar que elas são capazes de seguirem seus próprios sonhos, assim como eu segui o meu”, disse.

Assista ao momento em que foi coroada a Miss Brasil 2017:

ANOTE AÍ:

Fontes dos conteúdos desta matéria: Texto básico, vídeo e foto interna:  revista Fórum

Complementos:  http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/estudante-de-18-anos-do-piaui-e-eleita-miss-brasil.ghtml

Monalysa Alc%C3%A2ntara

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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