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MULHERES PIONEIRAS NO SERVIÇO PÚBLICO DE FORMOSA

MULHERES PIONEIRAS NO SERVIÇO PÚBLICO DE FORMOSA

pioneiras no serviço público de

A de Formosa registra a presença de mulheres pioneiras, marcantes na vida pública da cidade. 

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MULHERES PIONEIRAS NO SERVIÇO PÚBLICO DE FORMOSA
das Dores Chaves – Foto enviada por sua neta, Ruth Gebrim França Teles

Além de Auta Vidal, designada professora de meninas já no século XIX, três mulheres, Maria das Dores Chaves, Taurinda Guimarães Caiado e Ana Ribeiro de Freitas, tornaram-se pioneiras como funcionárias dos Correios no início do século XX.

Essa informação está no livro “Álbum de Formosa – um ensaio de história de mentalidades” – obra póstuma do jornalista formosense Alfredo A. Saad (falecido em 2011), publicado pela família no ano de 2013:

“No início do povoamento do sertão de Couros, não havia transporte de correspondência para particulares. Não se sabe quando Formosa teve o seu primeiro serviço oficial de correspondências. Em 1835, no dia 25 de fevereiro, foi criada uma linha de correio mensal entre Couros e Santa Luzia.

Presume-se que o serviço tenha sido inaugurado naquele ano mesmo, pois, logo, já no dia 10 de junho, foi designado agente Manoel Monteiro Guimarães, o primeiro de uma prestigiada estirpe, principalmente feminina, de servidores daquele posto.

De 1915 a 1927, foi agente dos Correios dona Maria das Dores Chaves que, em 1928, perdeu o cargo, porque o Governador Caiado buscava dominar seus desafetos e seus adversários políticos também pelo controle do correio.

Com a inauguração definitiva do telégrafo, em 1928, foi necessária a instalação de uma agência de telegramas, que, evidentemente, se encarregava também da distribuição da correspondência e dos jornais que chegavam, de vinte em vinte dias, inicialmente.

Para agente dos Correios, então, foi nomeada dona Taurinda Guimarães Caiado, que faleceu pouco depois, em maio de 1930. A morte de dona Taurinda coincidiu com a morte de Caiado, desalojado do poder em por Ludovico.

Para substituir dona Taurinda, foi designada dona Ana Ribeiro de Freitas, casada com Leonel de Campos, vindos de São José do Tocantins. Leonel de Campos era bisneto de Auta Francisca da Silva Rocha (Auta Vidal), designada, em 1862, a primeira professora primária de uma formosense para meninas.”

NOTA DA REDAÇÃO: No dia 18 de agosto, publiquei esta matéria, com a informação de que, infelizmente, não havia encontrado imagens das pioneiras. No dia 19, recebi da amiga e companheira Ruth Gebrim, a seguinte nota: “Boa tarde, Zezé. Obrigada por compartilhar a história das mulheres pioneiras. Minha paterna, Maria das Dores Chaves, era uma delas. Grande mulher, foi uma avó maravilhosa!” Pedi fotos, Rutinha prometeu ´procurar. Na tarde de hoje, 20 de agosto, chegou este presente: duas fotos de Maria das Dores Chaves, a avó da Rutinha.

MULHERES PIONEIRAS NO SERVIÇO PÚBLICO DE FORMOSA
Foto: Facebook Institucional Escola Auta Vidal

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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