A quadrilha perde uma estrela e o céu ganhou outra: nota de pesar por Nathy Housthon
É com profunda consternação e o coração em luto que o Comitê Chico Mendes recebe a notícia da partida precoce de Nathy Housthon, ocorrida nesta segunda-feira, 1, em Rio Branco
A cultura popular do Acre perde uma de suas maiores referências, vítima de dengue hemorrágica.
Com 14 anos de dedicação à Junina Pega-Pega, ela construiu uma trajetória de liderança incontestável, sendo a bússola que guiava não apenas os passos, mas a emoção de centenas de brincantes. Sua consagração como Melhor Marcadora do 17º Circuito Junino de Rio Branco, em 2024, foi o reconhecimento oficial de um talento que já era lei nos corações do movimento junino. Nathy inspira novas gerações a manterem viva a chama da nossa tradição.
Para nós, do Comitê Chico Mendes, a cultura é território de resistência e a arte é uma ferramenta de defesa da vida. A perda de uma liderança cultural dessa magnitude para uma doença prevenível nos convoca a refletir sobre o cuidado com a vida em nossas cidades. O movimento junino é uma expressão legítima da nossa identidade, um “empate” contra o esquecimento e a tristeza. Quando uma marcadora como Nathy parte, uma biblioteca de saberes e afetos corre o risco de ser apagada, e é nosso dever lutar contra esse silêncio.
Neste momento de dor, o Comitê se coloca solidariamente ao lado da família, dos amigos e de toda a agremiação Junina Pega-Pega. Estendemos nosso abraço fraterno, conectando o legado de Nathy à luta histórica e contínua de toda a causa trans e LGBTQIA+ no Brasil.
Nathy Housthon deixa a arena física, mas seu brilho continuará ecoando na memória cultural do Acre e na resistência de quem faz arte na Amazônia. Que sua paixão pelo São João floresça em cada nova quadrilha que entrar em quadra, provando que a alegria é, e sempre será, um ato revolucionário.
Fonte: Comitê Chico Mendes





