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No Senado, Ubes critica a precariedade nas escolas

Presidente da Ubes critica precariedade das escolas em audiência no Senado

Senadores da Comissão de ouviram professores e estudantes sobre o novo (PNE), que deve ser enviado pelo governo ao Congresso

Por Iram Alfaia/Portal Vermelho

A presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Jade Beatriz, diz que é preciso debater o novo Plano Nacional de Educação (PNE), mas na perspectiva de que as metas sejam cumpridas.

O PNE, que define as iniciativas educacionais no prazo dez anos, termina sua vigência em 2024. Nesse período, não houve continuidade e as metas, por exemplo, ficaram longe de serem cumpridas.

“São escolas que não têm banheiro, muitas vezes os estudantes voltam para a casa por conta da falta de água e de professores. Então, acho que quando se fala no novo PNE, a gente precisa falar de financiamento da educação pública”, disse a líder nesta segunda-feira (26) durante audiência na Comissão de Educação do Senado.

O presidente da comissão, senador Flávio Arns (PSB-PR), explicou que o colegiado está se antecipando ao debate sobre o novo PNE que terá vigência entre 2024 e 2034.

Na audiência, os senadores ouviram professores e estudantes sobre as perspectivas para o novo plano a ser enviado pelo governo ao Congresso.

Jade defendeu o acesso à escola de qualidade, matérias fundamentais dentro dos currículos, debate público e um ambiente que permita a formação do pensamento crítico.

“Nós temos que nos preocupar sobre a permanência dos estudantes que estejam dentro da escola de tempo integral, inclusive falar do desafio da conectividade não só para quem está em sala de aula, mas também para aqueles que não têm energia em casa e moram em bairros sem básico”, considerou.

“O ensino de tempo integral é importante, cumpre a tarefa de manter o estudante dentro da escola, mas necessita da volta de assistência estudantil”, completou.

Para ela, também é importante debater o papel da merenda escolar. “Muitos só conseguem ter uma alimentação dentro da escola. A gente está superando uma crise, o subemprego está batendo na porta da juventude, sobretudo a juventude negra”, argumentou a presidente Ubes.

Teto de gastos

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, fez um balanço dos últimos PNEs que foram descontinuados e, no atual, sem a garantia da aplicação dos 10% Produto Interno Bruto (PIB) na área.

De acordo com ele, um dos principais atrasos se deve à Emenda 95, isto é, de teto de gastos implementada pelo governo ilegítimo de Michel Temer.

A CNTE calcula que, desde que passou a vigorar em 2017, o teto de gastos retirou mais de R$ 70 bilhões de recursos federais da educação.

Como resultado, as metas e o piso da carreira dos profissionais da área não foram colocados em prática.

Entre os objetivos, ele citou a exigência de 100% dos professores com formação em nível superior. Esse índice na educação infantil é de 67,7%; nos anos iniciais do fundamental de 71,2%; nos finais do ensino fundamental 58,5%; e no ensino médio de 66,6%.

“Isso mostra o grande desafio para o novo PNE 2024-2034. Nove anos da existência da lei mostram que não conseguimos tirar essas políticas do papel e colocar em prática”, lamentou Heleno.

Fonte: Portal Vermelho Capa: Roque de Sá/Agência Senado


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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