PT acredita que nas urnas irá surpreender analistas e velha mídia golpista

PT acredita que nas urnas irá surpreender analistas e velha mídia golpista

O PT é a prova de que não existe definitiva na política, igual no cinema. Quando um personagem morre em um , ele ressurge vivinho da Silva noutro

“O PT vai sair fortalecido das urnas”, previu neste domingo (15) o ex-presidente Lula.

O PT afirma que se consolidará como maior força da oposição a governo Jair Bolsonaro e manterá o posto de maior agremiação da brasileira, após o massacre de 2016, com a queda de Dilma e a perseguição midiática.

De acordo com a legenda, das 96 maiores cidades do país, a estrela vermelha concorre com chances de ganhar – sozinha ou coligada – em 28 cidades e lidera as pesquisas em 10 desses municípios brasileiros. “A situação agora é outra”, lembra o deputado José Guimarães, coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral do PT.

Neste domingo, 15 de novembro, quando cerca de 120 milhões de brasileiros vão às urnas – do universo de 149,7 milhões de eleitores aptos a votar no país – o PT acredita que se consolidará nas urnas como o maior partido de oposição ao governo de Jair Bolsonaro.

A força eleitoral do partido é antevista nas pesquisas eleitorais realizadas em 96 das maiores cidades do país – nas capitais e naquelas em que há mais de 200 mil eleitores.

De acordo com os levantamentos de opinião registrados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PT chega no dia das eleições – sozinho ou em aliança com outras legendas – com chances reais de vencer em 28 cidades.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diz que o PT vai surpreender muita gente depois das 18 horas –após o encerramento das votações início da apuração dos votos.

“Vamos recuperar muitas das cidades em que perdemos e vamos ganhar outras cidades novas”, disse neste domingo, após votar em São Bernardo do Campo.

“No Brasil inteiro a gente vai crescer em muitas cidades importantes. Acho que o que vai contar é que o PT teve oportunidade de fazer um discurso não apenas pedindo voto, mas mostrando o do PT e fazer uma proposta; fazer críticas a este desgoverno que está aí, que é o Bolsonaro, que é possivelmente o maior desastre político da deste país”, afirmou.

Lula tem razão

Nestas eleições de 2020, o PT lançou 1.234 candidatos para disputar cidades em todo o país, ante 971 candidatos em 2016, quando a legenda saiu com grandes perdas eleitorais em função do Golpe de que tirou da Presidência da República. O impacto da perseguição política à legenda nas eleições municipais daquele foi dramático. O PT elegeu 256 prefeitos, mas com apenas uma vitória em uma capital brasileira: Rio Branco, no Acre. Em 2012, o partido vinha embalado e conquistado 635 prefeituras das 5.570 cidades do país. Dos 96 maiores municípios do país há oito anos, o PT elegeu 18 prefeitos naquelas eleições.

“O quadro agora é muito diferente de 2016”, afirma o deputado federal José Guimarães (PT-CE), coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral do PT. “Temos um cenário bem mais favorável”, aponta. O prognóstico é baseado em projeções das pesquisas de institutos de opinião, que captaram o movimento do PT, que está na disputa liderando pesquisas em pelo menos 10 grandes cidades do país: Caxias do Sul (RS), Contagem (MG), Diadema (SP), Feira de Santana (BA), Guarulhos (SP), Juiz de Fora (MG), Santarém (PA), São Gonçalo (RJ), Vitória (ES) e Vitória da Conquista (BA).

Em Caxias do Sul, Pepe Vargas lidera com 18%. Em Contagem, Marília Campos conta com 52%. Em Diadema, José Filippi Júnior registra 38%. Em Feira de Santana, é Zé Neto quem está na frente, com 30%. Em Guarulhos, Elói Pietá se destaca com 34%. Margarida Salomão disparou em Juiz de Fora e tem 32%. No Pará, a segunda maior cidade do estado – Santarém – tem a petista Maria do Carmo com 44%. Em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, Dimas Gadelha está com 18%. Os outros petistas na frente das pesquisas são João Coser, em Vitória, que lidera com 26% e Zé Raimundo, em Vitória da Conquista, com 46%.

Na briga pelo segundo turno em mais 18 cidades

O PT também se mostra competitivo e com chances de vitória eleitoral – sozinho ou coligado – em outras 18 cidades, sendo nove capitais. As chances de vitória de um nome do partido ou da chapa na qual a legenda participa coligada numa aliança são grandes. É o caso das candidaturas de Antonio Gomide, em Anápolis (GO), mas o PT apoia Edmilson Rodrigues, em Belém (PA), O partido está coligado com Inácio Falcão, do PC do B, em Campina Grande (PB). Em Fortaleza (CE), a candidatura de Luizianne Lins se mantém competitiva e pode surpreender. Em Goiânia (GO), o PT conta com Adriana Accorsi para ir ao segundo turno.

Em Governador Valadares (MG), o candidato é Leonardo Monteiro. Na capital do , Zé Ricardo está na briga para ir ao segundo turno na disputa pela prefeitura de Manaus (AM). Em Mauá (SP), o PT conta com Marcelo Oliveira, para levar uma nova rodada eleitoral no final de novembro. Em Mogi das Cruzes (SP), o candidato é Rodrigo Valverde. Em Niterói (RJ), o PT apoia a candidatura de Axel Grael, do PDT. Também integra a coligação que lançou João Paulo, do PCdoB, em Olinda (PE), assim como repete a dobradinha com a legenda comunista em Porto Alegre (RS), apoiando Manuela D’ávila. Na capital gaúcha, o PT tem como candidato a vice o ex-ministro Miguel Rossetto.

No Recife (PE), a petista Marília Arraes vai disputar o segundo turno e cresceu nas últimas pesquisas. No Rio de Janeiro (RJ), a deputada Benedita da Silva é quem deve ir para o segundo turno. Em Salvador (BA), a é para levar a eleição para a segunda etapa, com Major Denice subindo na reta final das pesquisas. Em Santa Maria (RS), o segundo turno terá a estrela brilhando com Luciano . Em Serra (ES), o PT apoia a candidatura de Sérgio Vidigal (PDT). E, por fim, em Taubaté (SP), a segunda volta eleitoral deve ter Salvador Khuryeh pelo PT.

Por isso é possível dizer que o quadro geral é promissor, ainda que analistas políticos e a velha mídia golpista digam que a legenda de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff está morta. Isso é enganoso. As pesquisas mostram o PT competitivo nas grandes cidades brasileiras. E ainda há muitas chances de vitória em municípios de médio porte.

Daí que as urnas podem confirmar as performances captadas pelos institutos, confirmando a tendência detectada pelas pesquisas eleitorais em 96 cidades, conforme cita o site Poder360. Analistas políticos mais sóbrios, como o cientista político Antonio Lavareda, que atua como consultor de legendas conservadoras – como o PSD e o DEM –, diz que a estrela vermelha do PT vai mostrar força neste domingo e surpreender. “O PT agora vai começar a recuperação na base do sistema, pelos municípios. Não sabemos se será um crescimento em forma de ‘U ‘ou de ‘V’”, diz.

Fonte: Blog do Esmael

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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