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Quebrando recorde, seis diretoras mulheres disputam o prêmio principal do Festival de Cannes 2023

Quebrando recorde, seis diretoras mulheres disputam o prêmio principal do Festival de Cannes 2023

Cineastas concorrem à Palma de Ouro, cobiçado reconhecimento da indústria do cinema.

Por Cine Ninja/Mídia Ninja

Marcado para acontecer a partir desta terça-feira (16) – indo até o dia 27 -, o 76º Festival de Cinema de Cannes possui uma marca bastante especial neste ano. Quebrando o recorde do ano passado, a disputa principal pela Palma de Ouro, contará com seis cineastas mulheres. Em 2022, cinco diretoras disputaram ao prêmio.

De acordo com o Deadline, entre os filmes selecionados que estreiam e concorrem ao prêmio máximo de Cannes, estão “La Chimera”, Alice Rohrwacher, “Club Zero”, de Jessica Hausner, “Last Summer”, de Catherine Breillat, “Anatomie d’une chute”, de Justine Triet, “Banel Et Adama”, de Ramata-Toulaye Sy, e “Olfa’s Daughters”, de Kaouther Ben Hania. A diretora Ramata-Toulaye Sy, por sua vez, é a única negra na lista.

Criado em 1955, apenas duas mulheres venceram a Palma de Ouro: Jane Campion, com “O Piano” (1993), e a mais recente Julia Ducournau, por “Titane” (2021).

Segundo o Omelete, para além da disputa principal, Cannes 2023 também possui a marca recorde de mulheres selecionadas, incluindo mostras alternativas e exibições fora de competição. Ao todo são 14 títulos entre os 51 selecionados, um número ainda pequeno, diga-se de passagem.

Vale ressaltar o filme brasileiro “A Flor de Buriti”, codirigido por Renée Nader Messora, e o francês “Jeanne du Barry”, de Maïwenn, que vai abrir o festival.

Autor: Cine Ninja. Fonte: Mídia Ninja. Foto: Reprodução/L’Humanité/UOL. Este artigo não representa a opinião da Revista e é de responsabilidade do autor.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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