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Risoto do Cerrado

RISOTO DO CERRADO: COM PEQUI E COM CACHAÇA, QUEM RESISTE?

Risoto do Cerrado: Com pequi e cachaça, quem resiste? 

Eu não sei por aí, mas aqui em , , neste inverno faz um frio daqueles que dá vontade de não sair debaixo das cobertas e, ao mesmo , chega aquela “ de anteontem”. Tempo bom pra apreciar um bom Risoto do

Por Lúcia Resende

Esta , encontrei no site http://cristalalimentos.com.br, testei aqui em casa e fez um sucesso danado!

Ingredientes

200 gramas de arroz arbóreo

200 gramas de peito de frango

200 gramas de linguiça de porco caipira

200 gramas de polpa de

200 gramas de palmito de guariroba

75 gramas de torresmo

5 pimentas-de-cheiro picadas e sem sementes

50 gramas de pimenta-biquinho

100 gramas de queijo meia cura ralado

125 gramas de manteiga de

1 colher de café de açafrão

1 talo de alho-poró

150 ml de cachaça

1 litro de caldo de galinha e legumes.

Salsa e cebolinha verde a gosto

Modo de fazer

Doure o alho-poró na manteiga de leite, depois acrescente o arroz arbóreo. Mexa sempre e coloque, em seguida, a cachaça. Vá mexendo e acrescentando, aos poucos, o caldo de galinha com legumes.

Coloque a polpa de pequi e mais caldo. Vá mexendo. Coloque açafrão, torresmo, pimenta de cheiro, linguiça já frita, peito de frango já grelhado, e continue colocando o caldo de galinha e mexendo sempre.

Acrescente a pimenta biquinho e a guariroba. Mexa e coloque mais um pouco de caldo, salsa e cebolinha. Logo depois, o queijo. Para finalizar, coloque a manteiga de leite e mexa para misturar bem. Sirva quente.

CURIOSIDADE 

A verdadeira origem da palavra aguardente e pinga

A origem da palavra aguardente nada tem a ver com os maus tratos de escravos e é muito mais antiga do que a produção do destilado de cana no . Ela é um termo genérico para caracterizar bebidas destiladas, como whisky, rum, gim, Cognac. A palavra teria relação com vuurwater ou acqua ardentes, significando água de . Já a palavra pinga faz referência ao processo de destilação em alambique de cobre, em que o vinho de cana é aquecido na panela e seu vapor é resfriado e condensado lentamente, saindo aos pingos.

 

 
 
 
 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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