O que é sinestesia e por que acontece?

SINESTESIA: O QUE É E PORQUE ACONTECE?

O que é sinestesia e por que acontece?

A sinestesia é definida como a assimilação ou interferência de vários tipos de sensações de diferentes sentidos ao mesmo tempo. Por exemplo, uma pessoa sinestésica pode ouvir cores, ver sons ou perceber sensações de gosto ao tocar um objeto com uma certa textura

Qual é o tipo mais comum de sinestesia?

A Universidade da Cidade de Londres lançou recentemente um estudo que garante que uma em cada cinco pessoas seja capaz de “ouvir” o som produzido pelas luzes piscantes e até pelo som de movimentos rápidos, mesmo que esses sinais visuais estejam completamente silenciosos. Essa habilidade é chamada de “resposta auditiva evocada visualmente” e é a sinestesia mais comum que existe.

Sinestesia

Existem, por outro lado, outras variedades de sinestesia menos comum que pelo menos de uma em 20 pessoas a experimentam. Assim, a sinestesia mais comum pode nos ajudar a encontrar a chave para esse fenômeno. Por exemplo, algumas pessoas quando tocam uma superfície muito macia podem sentir um gosto doce em suas bocas.

O que é e por que isso acontece?

Não se sabe exatamente o verdadeiro motivo de algumas pessoas desenvolveram essa capacidade, mas o que temos certeza é que ela pode nos ajudar a explicar outras formas mais vagas de perceber o mundo. Imagine que você tenha ido a mais de um show em sua vida, você notou a diversão e a empolgação que é ver um show de rock que inclui um show de luzes?

Sinestesia

É claro que os seres humanos amam as luzes adicionadas ao som, então talvez não seja tão estranho pensar que nossos cérebros estão preparados para imaginar ruídos quando as luzes são muito silenciosas para nosso gosto.

Um estudo para detectar sinestesia

No estudo que foi realizado para tentar esclarecer algumas incógnitas sobre a sinestesia, os cientistas contaram com 4.128 voluntários que tiveram que completar cada um deles, uma pesquisa online com cerca de 24 vídeos silenciosos. Mais ou menos 21% dos entrevistados disseram ter certeza de que ouviram algum som enquanto projetavam o vídeo e até ouviram esses sons quando o vídeo era totalmente abstrato. Isso pode significar que não é apenas uma questão de nosso cérebro “completar” os sons que acontecem, mas é um elo intuitivo entre as luzes que vemos e os sons que pensamos.

O autor do referido estudo, Elliot Freeman, afirmou em uma conferência de imprensa que:

“ALGUMAS PESSOAS OUVEM O QUE VEEM. AS LUZES INDICADORAS DO CARRO, OS SINAIS DE NÉON E OS MOVIMENTOS DAS PESSOAS ENQUANTO CAMINHAM PODEM CAUSAR UMA SENSAÇÃO DE AUDIÇÃO. ACREDITAMOS QUE ESSAS SENSAÇÕES PODEM ÀS VEZES REFLETIR UM VAZAMENTO DE INFORMAÇÕES DAS PARTES VISUAIS DO CÉREBRO PARA ÁREAS QUE GERALMENTE SÃO DEDICADAS À AUDIÇÃO”.

Em conclusão, podemos dizer que o fenômeno da sinestesia reforça a ideia de que os sentidos que possuímos são mais do que apenas ferramentas puras utilizadas apenas para aprender sobre o mundo em torno de nós. Talvez eles sejam parte de nós mesmos, sendo capazes de moldar essas experiências

ANOTE AÍ

Fonte: Site de curiosidades

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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