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Trilha suspensa garante acessibilidade na Chapada dos Veadeiros

São apenas 230 metros de uma trillha de madeira, mas está aberto um bom precedente. Em 5 de dezembro de 2015, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, em Alto Paraíso de Goiás, no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, no estado de Goiás, foi inaugurada a primeira trilha suspensa com em território brasileiro.

Por meio dela, cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida podem chegar a um mirante e, de lá, admirar as corredeiras do Rio Preto, um dos atrativos do Parque.  Nessa área as pessoas poderão, com auxílio, entrar na água para um relaxante banho de água corrente.

“Devido ao perfil das trilhas atualmente existentes, apenas uns poucos visitantes com baixa mobilidade ou com algum tipo de deficiência física tiveram a oportunidade de conhecer o Parque. E é pensando nesse público que estamos finalizando a trilha suspensa”, diz Carla Guaitanele, chefe do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Unidade de Conservação  gerida pelo Instituto de Conservação da (ICMBio).

Segundo  Guaitanele,  a trilha  atende às regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que regulamentam os critérios e parâmetros técnicos para a construção, instalação e adaptação de equipamento de uso público (ABNT 9050).

Em  consonância com o estabelecido pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei 13.146/2015, as pessoas com deficiência podem entrar no Parque e chegar até o local da trilha em carro próprio (tração 4×4), sendo permitida a entrada de 4 carros de cada vez.

PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS VEADEIROS

Declarado Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco em 2001 , o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros protege uma área de 65 mil hectares de de altitude.  Importante roteiro turístico dentre os parques nacionais brasileiros, Veadeiros possui quatro trilhas abertas à visitação, com direito a banhos de cachoeira: Circuito dos Saltos; Canion II e Cariocas; Trilha da Seriema e Travessia das Sete Quedas, em percursos que variam entre 800 metros a 23 quilômetros.

DIA INTERNACIONAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência é celebrado oficialmente em 3 de dezembro. A data foi instituída em 1988, pelas Nações Unidas, para fortalecer a defesa dos direitos  das pessoas com deficiência.

Fonte: http://www.icmbio.gov.br

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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