Procura
Fechar esta caixa de pesquisa.
Vergonha! Funai persegue Sonia Guajajara

Vergonha! Funai persegue Sonia Guajajara

Vergonha! Funai persegue Sonia Guajajara

Vergonha! Funai, a serviço de Bolsonaro, persegue a líder indígena Sonia Guajajara. Órgão criado para proteger e promover os agora é quem quer calar as denúncias do genocídio dos povos tradicionais na pandemia…

Por Laura Capriglione/ jornalistaslivres

O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), delegado da PF Marcelo Augusto Xavier da Silva, colocou seus colegas policiais para intimidar uma das mais importantes e reconhecidas lideranças do País, Sonia Guajajara, da Articulação dos do Brasil (Apib).

O argumento: Sonia e a Apib teriam difamado o governo de Jair Bolsonaro na série “Maracá”, um conjunto de 8 episódios veiculados pelo Youtube no final do ano passado, com denúncias de violações de direitos cometidas contra os povos indígenas no contexto da pandemia da .

É a primeira vez, desde sua criação, em 1967, que a Funai é usada para perseguir líderes indígenas, em vez de protegê-los. “Não irão prender nossos corpos e jamais calarão nossas vozes. Seguiremos lutando pela defesa dos direitos fundamentais dos povos indígenas e pela , afirmou a Apib em nota.

CURRÍCULO DE VIOLÊNCIAS

Marcelo Augusto Xavier da Silva é um sujeito violento. Segundo a BBC Brasil, ele teve de prestar dois concursos para delegado da Polícia Federal, porque foi rejeitado na avaliação psicológica do primeiro dos concursos que prestou. “Os examinadores consideraram que a personalidade de Marcelo não era adequada ao cargo, já que policiais não podem ser pessoas excessivamente agressivas ou impulsivas”.

Em janeiro de 2019, o presidente da Funai, que foi escolhido pessoalmente por Jair Bolsonaro, foi denunciado pelo próprio pai, então com 71 anos, por ter-lhe desferido um soco no rosto. O pai de Marcelo Augusto Xavier da Silva fez boletim de ocorrência na delegacia Novo São Joaquim (MT).

 PODE SER PIOR? PODE!

Quando era policial federal, sua atuação foi contestada em duas investigações internas da corporação, em uma delas por suspeitas de estar colaborando com os intrusos de uma terra indígena.

Tanta confiança têm os inimigos dos povos indígenas na atuação de Marcelo Augusto Xavier da Silva que ele chegou a ser nomeado para trabalhar como assessor do pecuarista e secretário de assuntos fundiários do Ministério da Agricultura, Nabhan Garcia, ex-presidente da UDR, inimigo da reforma agrária e da demarcação de , antes de conquistar seu troféu maior: a presidência da Funai.

Com esse histórico de vida, não é difícil entender por que a Funai pediu à PF que persiga e tente intimidar Sonia Guajajara.

Ele é um legítimo herdeiro dos genocidas bandeirantes, que seguem levando a morte, a doença e a dor às terras indígenas.

Por isso, Jornalistas Livres [e também nós aqui da Revista Xapuri]  irmanam-se à luta de Sonia e da Apib. E exigem o fim da perseguição.


Laura Capriglione – Jornalista, em jornalistaslivres


NOTA DA REDAÇÃO: Em 05/05, com a revista no prelo, a Federal mandou arquivar o inquérito contra Sonia Guajajara. Resolvemos manter a publicação da matéria, por seu caráter de denúncia.



Salve! Pra você que chegou até aqui, nossa gratidão! Agradecemos especialmente porque sua parceria fortalece  este nosso veículo de independente, dedicado a garantir um espaço de Resistência pra quem não tem  vez nem voz neste nosso injusto de diferenças e desigualdades. Você pode apoiar nosso trabalho comprando um produto na nossa Loja Xapuri  ou fazendo uma doação de qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Contamos com você! P.S. Segue nosso WhatsApp: 61 9 99611193, caso você queira falar conosco a qualquer hora, a qualquer dia. GRATIDÃO!

PHOTO 2021 02 03 15 06 15 e1615110745225


Revista Xapuri

Mais do que uma Revista, um espaço de Resistência. Há seis anos, faça chuva ou faça sol, esperneando daqui, esperneando dacolá, todo santo mês nossa Revista Xapuri  leva informação e para milhares de pessoas no Brasil inteiro. Agora, nesses tempos bicudos de pandemia, precisamos contar com você que nos lê, para seguir imprimindo a Revista Xapuri. VOCÊ PODE NOS AJUDAR COM UMA ASSINATURA?

[button color=”red” size=”normal” alignment=”center” rel=”follow” openin=”samewindow” url=”https://lojaxapuri.info/categoria-produto/revista/”]ASSINE AQUI[/button]

BFD105E7 B725 4DC3 BCAD AE0BDBA42C79 1 201 a

Deixe seu comentário

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

posts relacionados

REVISTA