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WWF reage ao Relatório Final da COP 28 e destaca desafios para o Brasil

WWF reage ao Relatório Final da COP 28 e destaca desafios para o Brasil

No encerramento da COP 28, a World Wide Fund for Nature (WWF) expressou sua preocupação em relação aos resultados alcançados e emitiu declarações contundentes sobre os desafios enfrentados pelo Brasil. Maurício Voivodic, diretor executivo do WWF-Brasil, destacou a importância do engajamento do Brasil para fortalecer a confiança global e alcançar resultados significativos na COP 30.

Por Rebecca Lorenzetti/Mídia Ninja

Voivodic ressaltou que, apesar dos avanços em questões como preservação de florestas, fundo de perdas e danos e sistemas alimentares, o leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) no mesmo dia do encerramento da Conferência é um sinal alarmante. Ele apontou que parte do governo parece ignorar a crise climática, alinhando o Brasil a nações responsáveis pelo quase fracasso da COP 28. Voivodic enfatizou a urgência da eliminação dos combustíveis fósseis, conforme indicado pela ciência, para manter o planeta em níveis saudáveis.

Alexandre Prado, líder em mudanças climáticas do WWF-Brasil, sublinhou a necessidade de mais urgência e não apenas mais ambição. Ele enfatizou que a década atual é decisiva para o sucesso, e a eliminação dos combustíveis fósseis é crucial para atingir a meta de 1,5°C estabelecida no Acordo de Paris. Prado enfatizou a importância de um compromisso forte e factível na COP 28 para acelerar a transição energética.

Jean François Timmers, líder de incidência política para cadeias livres de desmatamento e conversão do WWF, destacou a responsabilidade do Brasil em relação às emissões dos sistemas alimentares. Ele apontou que, como um dos maiores produtores mundiais de commodities agropecuárias e com uma alta taxa de desmatamento, o Brasil tem um papel-chave nesse cenário. Timmers instou o país a abraçar urgentemente a agenda de mitigação e adaptação do setor agropecuário, reduzindo drasticamente o desmatamento legal e ilegal em diversos biomas.

Os especialistas do WWF-Brasil destacaram a importância de alinhar as agendas climáticas e de conservação ambiental. Com os ecossistemas terrestres e marinhos absorvendo mais da metade das emissões de CO2 nos últimos dez anos, a organização enfatizou a necessidade de combinar esforços na luta contra a destruição do Cerrado e em outros biomas, além da Amazônia.

Diante desses desafios, a WWF-Brasil conclama ações imediatas para enfrentar a crise climática, solicitando ao Brasil a liderar pelo exemplo e a se comprometer com medidas efetivas na COP 30 e além. A organização permanece vigilante na defesa de um futuro sustentável para o planeta.

Acesse as informações completas em WWF.

Fonte: Mídia Ninja. Foto de capa: Mídia Ninja.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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