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Copa do Mundo: Quais as semelhanças entre Brasil e Rússia?

Copa do Mundo: Quais as semelhanças entre Brasil e Rússia?

Professor do CPS e doutor em literatura e cultura russa, Valteir Vaz revela curiosidades sobre o país sede e suas semelhanças com o Brasil

Ambos são países continentais, com históricos e temperaturas distintas, separados por milhares de quilômetros e supostamente muitas diferenças culturais. Mas se engana quem pensa que não existem semelhanças entre Brasil e Rússia, o país que nos próximos dias sedia pela primeira vez a Copa do Mundo de Futebol.

É isso que revela o professor de línguas do Centro Paula Souza (CPS), Valteir Vaz, doutor em literatura e cultura russa.

“Quando a situação complica, dizemos que a ‘coisa tá russa’, mas a verdade é que nas práticas cotidianas, extremamente burocráticas por sinal, eles apresentam um comportamento muito parecido com o famoso ‘jeitinho brasileiro’, contornando os obstáculos nas formas mais criativas possíveis mas nem sempre politicamente corretas”, afirma.

Acompanhe tudo sobre a Copa do Mundo da Rússia aqui.

Um exemplo “politicamente incorreto” citado por Vaz é o caso noticiado recentemente, em que um milionário foi flagrado dirigindo uma ambulância falsa em Moscou. “Quando a polícia vistoriou o carro, ficou surpresa: nada de equipamentos médicos. Lá dentro havia sofás luxuosos e até uma televisão. Ao ser indagado sobre o porquê daquilo, o motorista disse apenas que era uma maneira de furar o trânsito”, conta.

Literatura

Vaz destaca o interesse dos brasileiros pela literatura russa, intensificada nos últimos dez anos. “Nunca se vendeu e traduziu tantas obras no Brasil”, ressalta. “O curioso é que as publicações mais apreciadas são do século 19 e em menor grau as obras do início do século 20 ou os livros modernos”, fala o professor, lembrando que os autores mais populares entre os brasileiros são Fiódor Dostoiévski e Liev Tolstói.

Para ele, o brasileiro gosta de temas profundos da condição humana e de experimentar emoções a partir dos dramas contidos na literatura russa, envolvendo casos de amor, ódio, assassinato, vingança, traição, sofrimentos e conflitos ideológicos.

“Já as obras do século 20 são mais inventivas no que diz respeito à linguagem, o tema às vezes fica soterrado pelo burilamento formal e nem todo leitor está disposto a enfrentar textos assim”, diz. Em contrapartida, o educador conta que os russos são apaixonados por Paulo Coelho. “O escritor já teve cinco de seus livros na lista dos dez mais vendidos na Rússia”, lembra.

escravaisauraO professor destaca ainda o gosto dos russos pelas novelas brasileiras. “No início dos anos 1990, Escrava Isaura se tornou um grande sucesso no país inteiro. Diante de tantos problemas com as transformações políticas e econômicas, as pessoas encontraram uma distração ao acompanhar o drama da pobre moça brasileira.” No ano passado, Haja Coração também virou um fenômeno na internet e formou um fã-clube com mais de 35 mil pessoas na Rússia.

Copa do Mundo

Quando o assunto é a paixão pelo futebol, Vaz explica que os russos ainda são iniciantes no tema. “Embora estejam animados com a realização do mundial, o futebol não é o esporte mais famoso na Rússia”, conta. “Como se trata de um país frio, eles preferem as modalidades mais adequadas a esse tipo de clima, como o hóquei no gelo. Por isso, acho que teremos uma certa vantagem sobre eles durante a Copa”, brinca.

Confira outras curiosidades listadas pelo especialista em Rússia:

– O café sempre foi um dos produtos brasileiros mais notáveis nas prateleiras de supermercados, principalmente durante a União Soviética. Hoje, os russos importam carnes, açúcar, café, soja e outros itens primários.

– Os brasileiros são grandes importadores de produtos químicos russos, especialmente fertilizantes, além de materiais siderúrgicos.

– Há projetos de colaboração entre os dois países nas áreas de tecnologia nuclear e pesquisas aeroespaciais.

– O Brasil foi o primeiro país a ter uma filial do ballet Bolshoi. A escola fica em Joinville e foi fundada em 2000. Até hoje recebe professores russos.

– Os russos gostam muito dos brasileiros e nos acham um povo alegre, principalmente por causa do carnaval do Rio de Janeiro, considerado “luxuoso e libertário”.

– Os imigrantes russos chegaram ao Brasil em diferentes momentos, particularmente durante as revoluções e as guerras, em 1905, 1917, 1949 e 1965. Para os Estados de Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul seguiram imigrantes interessados na agricultura. São Paulo e Rio de Janeiro foram escolhidos por russos intelectualizados devido às universidades e grandes orquestras. Quando cientistas, pesquisadores e intelectuais saem da Rússia, eles dão a esse fenômeno o nome de “fuga de cérebros”. Com informações do Portal do Governo do Estado de S. Paulo.

Fonte: Notícias ao Minuto

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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