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Uma baixeza do pensar Elevado

 Uma baixeza do pensar Elevado

Por Joacir D´Abadia

Eu sei que penso. Tenho consciência.

1- Penso tantas coisas! Estou cônscio do meu pensar. Meus pensamentos vão dos saberes refinados até a baixeza do pensar. Contudo, penso.

2- Você pode sentir os pensamentos transcendentais; perceber a elevação de uma reflexão sapiente porque o sistema operacional do homem foi desenvolvido para pensar.

3- Minha baixeza do pensar reflete a sabedoria moderna com todos os seus ditames, costumes e fatos concretos.

Tanto que me dou ao luxo de aceitar esta baixeza ao ponto de eu mesmo me tornar um banal pensador. Banalizando o pensamento eu me encontro com a simplicidade de refletir a respeito de uma folha que cair e fazer deste intento um livro “A Filosofia ao cair da folha” (Ed. Cidadela), tem, de igual desprezo, um artigo que toca nos nossos lixos e, desta sujeira descartável, me lambuzo com esta joia chamada “O Lixo que vale Ouro”.

Por fim, embora sem jeito de dizer com muita força devido à grande discrepância do meu pensar baixo, voltando-me para tanta sujeira eu chego até mesmo discorrer com a arte sabendo que indago sobre o “impensar” humano como neste parágrafo conclusivo: “Mão, braço e coração, onde está a mente? O desenho “Modelo estampa de camisetas” representa o braço com sua mão forte sendo ligeiramente confortado através do “peito coração” de onde se pulsa a força braçal.

Também é uma crítica ao trabalho impensado, aquele que o sujeito tem como objetivo principal trabalhar com o corpo deixando de lado sua mente, assim torna o ser humano um fazedor de números monetários ao invés de ser um: humano.

 

Joacir

Joacir d’Abadia – Filósofo. Escritor. Especialista em Docência do Ensino Superior e membro da “Academia de Letras e Artes do Nordeste Goiano” (ALANEG) e da “Casa do Poeta Brasileiro”. Pároco de Alto Paraíso de Goiás, na Chapada dos Veadeiros.

Capa: Quadro do artista plástico Oswaldo Guayasamin.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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