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Serras Gerais do Tocantins

SERRAS GERAIS DO TOCANTINS

Serras Gerais do Tocantins 

Quem se embrenha pelas Serras Gerais do Tocantins encontra esculpidas pela ação das águas e dos ventos, detalhadas por cânions, além de mirantes, grutas, cavernas, cachoeiras e rios, dos mais calmos aos mais apressados.

Quem resolve passear pelas Serras Gerais do Tocantins pode apreciar também os centros históricos de Natividade, Dianópolis e Arraias, que em suas ruas estreitas e muros de pedra construídos por escravos guardam da do Tocantins.

Quem se interesssa por popular vai encontrar nas Serras Gerais do Tocantins tradições, arquitetura colonial, história e cultura como as cavalhadas, as festa do Senhor do Bonfim e do Divino Espírito Santo, e outras festas folclóricas e religiosas herdadas do colonialismo e da era do ciclo do ouro, como em Natividade, quando o município era grande produtor de joias e onde ainda se pode comprar joias artesanais fabricadas por artífices
locais.

A isso se juntem manifestações culturais como Catira, Sússia e Jiquitaia, para revelar que, embora seja um jovem, o Tocantins possui uma cultura secular que reflete o seu longo processo de formação.

Há ainda as magníficas formações rochosas, serras, o Canyon Encantado, Cachoeirinha, Gruta dos Caldeirões, Cachoeiras, o Arco do Sol, Cachoeirinha e o rio Azuis, considerado o menor rio do Tocantins e o terceiro menor do , com apenas 147 metros de comprimento, e fica no povoado de mesmo nome no município de Aurora do Tocantins.

Localizada entre os municípios de Aurora do Tocantins e Taguatinga, as Serras Gerais do Tocantins fazem parte da maior cadeia de serras do e, as Serras Gerais oferecem de tudo um pouco – a contemplação ao rafting; do caminhar displicente, com olhos e ouvidos atentos à exuberante biótica local, a um mergulho ou banho de cachoeira, tudo é possível para o nos oito municípios da região.

Trakking, snorkel, rafting, trilha, canoagem, banhos de cachoeira, contemplação da e muitas outras atividades também podem ser praticadas em toda a região tocantinense das Serras Gerais.

Em toda a região, o ecoturismo é propiciado por uma profusão de rios, canyons, cachoeiras e cavernas como em Dianópolis, município que também guarda tradições ancestrais dos povos quilombolas. Outro município na região é Peixe, que de maio a outubro oferece praias de água doce na margem do .

Leia Também: Serras Gerais: um paraíso escondido no Tocantins

Publicado originalmente em 17 de agosto de 2015

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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