100 dias, hoje

100 dias, hoje

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva [PT], atinge 100 dias no Palácio do Planalto após derrotar, sob o rigor da Lei, a tentativa terrorista de um golpe de Estado civil e militar em 8 de janeiro de 2023.

Por Renato Dias

A Terceira Era Lula

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Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden, na Casa Branca, no dia do 43º aniversário do PT – G1

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Caos em Brasília, 8 de janeiro de 2023

Apesar das cenas de violência explícita às sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, planejadas com antecedência, o Estado de Direito não foi abolido. Com os destaques a Luiz Inácio Lula da Silva e a Alexandre de Moraes.

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Ministro do STF, Alexandre de Moraes

Jair Messias Bolsonaro [PL] criou entraves à transição, não entregou a faixa, viajou aos EUA, levou joias, relógios, objetos de valor, deixou rombo fiscal bilionário e uma turba irada. Ávida por derramar sangue.

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Jair Messias Bolsonaro nos EUA

Mesmo sem previsão orçamentária, o governo federal abriu o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida. Mais: ele suspendeu as privatizações, como da ECT, EBC, além de conceder um reajuste salarial aos servidores públicos.

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Lula com o 27 governadores _ Imagem: Ricardo Stuckert

Sem fronteiras, Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se com os presidentes dos países da América Latina e do Caribe, Alemanha, França, das Américas e até da Ucrânia. China e Rússia, em abril.

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Xi Jinping

Pragmático, referendou as reeleições de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, no Congresso Nacional. Assim como construiu no BRICs a nomeação de à presidência do Novo Banco de Desenvolvimento [NBD], com sede em Xangai, China.

Arthur Lira e Rodrigo Pacheco Imagem Geraldo Magela Agencia Senado
Arthur Lira e Rodrigo Pacheco – Imagem – Geraldo Magela -Agência Senado

Orgãos de fiscalização e controle revelaram tentativa de desviar joias no valor de R$ 16,5 milhões, um segundo lote desviado que incluía relógio de ouro de R$ 800 mil e um terceiro escondido por Nelson Piquet no Distrito Federal.

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Joias raras

A União interveio na humanitária dos Yanomamis. Reserva indígena devastada pelo garimpo ilegal, com a poluição dos rios, a contaminação dos , grilagem de terras, desmatamento e 570 mortes evitáveis de crianças.

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Crônica de uma morte anunciada

Não há guerra contra jornalistas. O Ministério da Cultura voltou. A Fundação Palmares retomou a sua normalidade. A Lei Rouanet entrou em cena. Mais uma dose de reforço contra a Covid 19. O arcabouço fiscal está pronto.

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Fernando Haddad

O Palácio Alvorada enviou o diplomata Celso Amorim. Primeiro, à Venezuela. Motivo: para conversar com Nicolás Maduro. Segundo, a Moscou. Para buscar o caminho da paz com a Ucrânia. A guerra dura um ano e 40 dias.

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Ucrânia – Um ano da guerra

O Brasil quer um mundo multipolar, sem guerras, com fome zero, comércio com China, EUA, Comunidade Econômica Europeia, América Latina e Caribe, África e Oriente Médio. Sem hegemonia global. Nem unipolaridade.

Forcas Armadas
Forças Armadas no Brasil

Registro: o inquilino do Palácio do Planalto enquadrou as Forças Armadas [Exercício, Marinha e Aeronáutica] nos limites da lei, com exonerações, subordinou a Abin à Casa Civil, estabeleceu a harmonia com STF, STJ, TCU, Congresso Nacional e os 27 governadores.

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João Belchior Marques Goulart, presidente da República

Luiz Inácio Lula da Silva não permitiu manifestação oficial no dia do golpe de Estado civil e militar de 1964, que depôs o presidente da República à época, João Goulart. Data: em 31 de março, instalou a Comissão de Anistia e determinou a volta do conselhão.

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O que é isso?

Liberação de R$ 150 milhões para impulsionar as patrulhas escolares no Brasil e a criação de um núcleo com 50 policiais federais para monitorar ameaças e planejamento de ataques nas . Medidas já adotadas após a tragédia de Blumenau.

Inflacao
Inflação

A redução substancial das altas taxas de juros. Para controlar a inflação, retomar o crescimento do PIB, reindustrializar o Brasil, gerar empregos diretos e indiretos. É o que quer o novo Governo Federal em 100 dias.

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A crise na  no Ensino Médio

Uma suspensão para promover ajustes e atender as demandas educacionais dos professores, servidores e dos estudantes. À Reforma do Ensino Médio, que é anacrônica. Memória: para os tempos contemporâneos.

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Lula sobrevoa áreas de risco em São Sebastião

As chuvas de verão mataram dezenas na , Nordeste. Jair Messias Bolsonaro passeava de Jet Ski em Santa Catarina. Região Sul, do Brasil. Tragédia de 2023 no litoral de , no Sudeste. Luiz Inácio Lula da Silva sobrevoou a área e deu socorro.

Marielle Franco
Marielle Franco, morta em 2018

Crime sem castigo, a execução de Marielle Franco, em 14 de março de 2018, no Rio, será elucidada. A PF fechou o çerco à rota do ouro. Oito mil militares em cargos civis exonerados. Ampliação dos espaços de poder a negros, e indígenas.

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Jair Messias Bolsonaro

O cercadinho foi parar na lata de lixo da do século 21 no Brasil Republicano. Pente fino em licitações, contratos com indícios de superfaturamento. Obras paralisadas são retomadas. Sem amarras do Teto de Gastos. Um novo tempo

Mapa do Brasil vermelho
Brasil
 Fonte: Renato Dias. Foto: Lula e os 100 dias – Poder 360. Este artigo não representa a opinião da Revista e é de responsabilidade do autor.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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