Lula: fim do ódio no país e campanha contra desigualdade mundial

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Presidente esteve em Viamão (RS) para a entrega de 446 casas e disse que país precisa superar o ódio e que tratou com o Papa Francisco de campanha contra desigualdades

Por Priscila Lobregatte/Portal Vermelho

O presidente Luiz Inácio Lula da esteve em Viamão, no Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira (30), para a entrega de 446 casas do programa Minha Casa, Minha . Ao todo, 1.784 pessoas foram beneficiadas. Na cerimônia, Lula salientou que é preciso acabar com o ódio estimulado nos últimos anos e defendeu campanha para acabar com a desigualdade no mundo, assunto que disse ter tratado com o Papa Francisco. 

“Eu não sei o que foi feito durante quatro anos a não ser mentira, destilação de ódio, provocação, ofensas a todo mundo. Este país não é assim. O povo brasileiro não é assim, é um povo fraterno, carinhoso, bondoso. A gente não quer brigar, acordar todo dia azedo, com raiva de alguma coisa”, declarou Lula em referência ao governo de Jair Bolsonaro. Ele completou dizendo que “a gente pode mudar esse país. E a primeira coisa que a gente tem de fazer é tentar tirar o ódio de dentro das pessoas”. 

Ao falar sobre combate às desigualdades, disse: “É por isso que eu fui conversar com o papa (Francisco). Porque eu quero fazer uma campanha contra a desigualdade nesse mundo”. E acrescentou: “Não é possível a desigualdade racial, de classe, de gênero, na , na , na rua em que a gente mora, na alimentação — tem uns que comem dez vezes por dia, e outros que passam dias sem comer. Isso não é justo e não é normal”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também salientou a necessidade de os governos olharem para a população mais carente e defendeu a distribuição de renda. “Se numa cidade você tem muito dinheiro na mão de pouca gente, e muita gente sem dinheiro, essa cidade terá miséria, desemprego, violência, pessoas na rua. Porque o dinheiro precisa circular na mão de todo mundo para a cidade poder crescer. Agora, se você tiver um pouco de dinheiro na mão de muitos, significa progresso, distribuição de , aumento de consumo, significa elevar um pouco o padrão das pessoas. É este país que precisamos construir”, apontou.

Ele reafirmou que “a solução para os países mais pobres é colocar o povo no orçamento” e disse que é preciso ouvir a população para que os gastos dos governos sejam definidos. Também enfatizou que “não adianta a gente falar ‘o PIB cresceu 4%’; claro que isso é interessante, mas o mais interessante é se você distribuiu o crescimento do PIB e com quem ficou esse crescimento: ficou apenas com uma parte da sociedade ou você conseguiu distribuir para todos?”. 

Minha Casa, Minha Vida

Lula chegou a Porto Alegre na manhã desta sexta-feira (30). A principal agenda da visita foi a entrega de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida na cidade de Viamão, na região metropolitana da capital gaúcha. O investimento total aplicado nas unidades habitacionais foi de R$ 39,8 milhões, sendo R$ 37,6 milhões do Governo Federal e R$ 2,2 milhões de contrapartida do governo do estado, que apoiou a obra após o cronograma ser impactado pela pandemia da Covid-19. 

As casas do residencial Viver Coometal fazem parte da modalidade Entidades do Minha Casa, Minha Vida e atendem famílias da faixa 1, com renda mensal de até R$ 2.640. O empreendimento possui infraestrutura de água, esgoto, iluminação pública, energia elétrica, pavimentação e drenagem. Os beneficiários ainda terão acesso a , duas creches, duas escolas, um posto de saúde e um posto de segurança nas imediações. A meta do governo é entregar dois milhões de moradias até 2026.

Em sua fala, Lula lembrou que viveu de aluguel até se tornar presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em 1975, quando finalmente conseguiu adquirir uma pequena casa, de 33 metros quadrados, onde ele vivia com Dona Marisa, três filhos e a sogra. “A grande maioria das casas no é feita pelo povo, sem participação de governo, nem de nada. Se tiver um terreninho, ele vai lá e faz um lugarzinho para morar”, disse. 

Ao falar sobre a entrega das casas, o presidente afirmou: “O que estamos vendo hoje é o que chamo de governar. Governar nada mais é do que cuidar das pessoas”. E completou: “É preciso ter um olhar muito carinhoso para as pessoas”.

Também constam da agenda do presidente no RS um almoço com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, no Palácio Piratini e uma visita às novas instalações do Hospital de Clínicas, ambos em Porto Alegre. 

Fonte: Portal Vermelho   Capa: Ricardo Stuckert/PR


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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