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ONÇAS-PINTADAS DIURNAS FILMADAS NO SUL DA AMAZÔNIA

Onças-pintadas diurnas filmadas em reservas privadas no sul da

As áreas somam mais de 7 mil hectares em uma região onde o avança sobre a equatorial brasileira.

Por Aldem Bourcheit/ O Eco

Distribuídas no município de Alta Floresta e vizinhas de outras unidades de na Amazônia desde o norte mato-grossense, reservas privadas reforçam um refúgio regional para onças-pintadas em meio ao desmatamento que avança sobre a floresta equatorial.

Armadilhas fotográficas registraram o maior predador selvagem das Américas circulando por todas as trilhas nos 7 mil hectares daquelas quatro Reservas Particulares do Natural (RPPNs), e não só à noite, como costumeiro para a espécie na Amazônia.

Uma onça-pintada foi flagrada perto de instalações turísticas na região, por volta das duas horas da tarde. “Foi de dia!”, comemorou o biólogo Lucas Eduardo, coordenador de um de monitoramento de onças iniciado em março de 2022 pela Fundação Ecológica Cristalino (FEC).

O projeto “Looking for Jaguar”, algo como “À procura da onça”, é apoiado pela Lata Foundation e monitora hábitos e populações das pintadas naquelas áreas protegidas junto ao Rio Cristalino, afluente do Teles Pires. A região é de prioridade extremamente alta para conservação da .

Havia cerca de 10 mil onças-pintadas na Amazônia brasileira nos anos 1980, mas nas últimas três décadas suas populações encolheram em 30%, apontam estudos científicos. Na Região Sul do país, o felino é uma espécie criticamente ameaçada de extinção.

Este 29 de novembro foi definido como datas nacional e internacional da onça-pintada, respectivamente pelo Ministério do e Mudança do (MMA) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). 

Com informações da Fundação Ecológica Cristalino (FEC).

Aldem Bourcheit – Biólogo e Jornalista. Fonte: O Eco. Foto de capa: Francisco Carvalho.

ONÇAS-PINTADAS DIURNAS FILMADAS NO SUL DA AMAZÔNIA
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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