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Chega a 11 número de mortos no Rio de Janeiro após deslizamentos e inundações

Chega a 11 número de mortos no Rio de Janeiro após deslizamentos e inundações

Para a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, o alto número de vítimas aponta “os efeitos do ambiental e climático”.

Por Redação/Mídia Ninja

A Defesa Civil do Rio de Janeiro confirmou que 11 pessoas perderam a vida em meio a deslizamentos, alagamentos e enxurradas provocadas pelas fortes chuvas, que se repetem neste período do ano. Para a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, o alto número de vítimas aponta “os efeitos do racismo ambiental e climático”.

Em Ricardo de Albuquerque, um homem perdeu a vida devido ao desabamento provocado por um deslizamento de terra, enquanto em Acari, uma foi encontrada morta, possivelmente vítima de afogamento. Em Costa Barros, uma tragédia ocorreu com uma mulher vítima de soterramento na Estrada de Botafogo.

Em Nova Iguaçu, uma mulher foi resgatada sem vida em um rio próximo à Rua General Rondon, enquanto um homem perdeu a vida por afogamento na Rua Patricia Cristina, em Vila São Luís. Em Comendador Soares, uma vítima masculina adulta foi resgatada sem vida pelos militares, com sinais de afogamento, próximo à Passarela da Rua Bernardino de Melo.

Em São João de Meriti, as fatalidades foram causadas por uma descarga elétrica na Rua Neuza e outra por afogamento na Rua Pinto Duarte. Houve também a confirmação do óbito de um homem na Rua Parecis, em Belford Roxo. Em Duque de Caxias, dois homens perderam a vida, um por descarga elétrica na Rua Marquês de Paranaguá e outro na Rua Dona Alice Viterbo, em São Bento.

Situação de emergência e intensidade do resgate

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, decretou situação de emergência no município devido aos danos e impactos provocados pelas chuvas. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial, na tarde deste domingo.

Os bombeiros do Rio de Janeiro trabalharam incansavelmente, respondendo a cerca de 230 ocorrências nas últimas 24 horas, que incluíram salvamentos de pessoas, inundações, alagamentos, cortes de árvores, desabamentos e deslizamentos.

“Estou acompanhando os efeitos da chuva de ontem nos municípios do Rio e o estado de alerta com as iminentes tragédias, fruto também dos efeitos do racismo ambiental e climático”, escreveu a ministra Anielle Franco no X, o antigo Twitter.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, conversou com prefeitos fluminenses neste domingo (14) para oferecer apoio. Lula telefonou para Eduardo Paes, prefeito do Rio, e Wagner dos Santos Carneiro, prefeito de Belford Roxo. De acordo com a nota divulgada pela presidência, foi garantido “todo o apoio do governo federal ao trabalho das prefeituras e assistência da população atingida”.

Fonte: Mídia Ninja. Foto: Fernando Frazão.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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