DEMOCRACIA INABALADA

Democracia Inabalada

No dia 8 de janeiro, exatamente um ano depois da tentativa de golpe que vandalizou a Esplanada dos Ministérios, depredou os prédios públicos no Planalto, no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal, os Três Poderes da República se reuniram no Congresso Nacional para a realização do ato Democracia Inabalada.

Por Iêda Leal

Em uma cerimônia solene, com a presença de autoridades e representantes da sociedade civil organizada, o governo brasileiro devolveu, simbolicamente, o patrimônio público depredado no ataque golpista de 8 de janeiro.

Em um sistema governamental, a importância da democracia está intimamente ligada à liberdade, igualdade e participação política de cidadãos e cidadãs que creem na Democracia como fator essencial para a promoção dos Direitos Humanos, a garantia do Estado de Direito e o fomento ao Desenvolvimento Econômico e Social.

O valor da Democracia reside na capacidade de empoderar os cidadãos e as cidadãs, promover a justiça e a igualdade e fornecer uma base política sólida para o funcionamento adequado de uma sociedade.

A despeito de tudo, as instituições brasileiras venceram e a Democracia prevaleceu no Brasil. O início de uma nova era vem com o recomeço de um tempo de desenvolvimento sustentável, paz, oportunidade e justiça para todos, todas e todes.

Golpistas, quem quer que sejam, devem pagar pela irresponsabilidade criminosa de ferir a República. Como disse nosso Presidente Lula: “O exercício da Democracia deve ser diário. Devemos construir a Democracia todos os dias”!

ieda leal Iêda Leal – Secretária,de Combate ao Racismo da CNTE; Secretária de Comunicação da CUT-GO; Tesoureira do SINTEGO; Coordenadora Nacional do Movimento Negro Brasileiro. Foto de capa: Arquivo pessoal.

 

 

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Algumas delas estarão em exposição no Salão Verde da Câmara, que estará aberta ao público de 9/1 até 29/3

Clauder Diniz/Câmara dos Deputados
Maquete do Congresso quebrada no Salão Verde (E) e escultura do anjo vandalizada
Salão Verde da Câmara: maquete do Congresso quebrada e escultura do anjo vandalizada, mas não danificada
Claudia Guimarães/Câmara dos Deputados
O que restou da maquete do Congresso, com uma das torres caídas ao lado
O que restou da maquete do Congresso, com uma das torres caídas ao lado
Rodrigo Bittar/Câmara dos Deputados
Estação de votação de deputado quebrada no Plenário
Módulo de votação de deputado atingido no Plenário por um vidro quebrado por invasores no piso superior, ao lado da tribuna de imprensa
Rodrigo Bittar/Câmara dos Deputados
Frase pichada no vidro quebrado do Salão Negro: "Destituição dos três Poderes"
Frase pichada no vidro quebrado do Salão Negro: “Destituição dos três Poderes”
Claudia Guimarães/Câmara dos Deputados
Presentes protocolares de autoridades estrangeiras que estavam expostos no Salão Verde
Presentes protocolares de autoridades estrangeiras que estavam expostos no Salão Verde
Rodrigo Bittar/Câmara dos Deputados
Salão Branco (Chapelaria) alagado
Salão Branco (Chapelaria) alagado; invasores usaram mangueiras de incêndio contra policiais legislativos
Rodrigo Bittar/Câmara dos Deputados
Jardim interno pisoteado
Jardim interno pisoteado; muitas bandeiras, garrafas plásticas e outros objetos foram deixados pelos invasores
Rodrigo Bittar/Câmara dos Deputados
Jardim interno pisoteado
Grades do alto dos jardins internos foram arracandas, dando passagem aos invasores
Rodrigo Bittar/Câmara dos Deputados
Marca de fogo em vidro de um jardim interno
Marca de fogo em vidro de um jardim interno; invasores usaram coquetéis molotov
Rodrigo Bittar/Câmara dos Deputados
Quadro de fiação que os invasores tentaram indenciar e jardim usado na invasão
Quadro de fiação que os invasores tentaram incendiar e jardim usado na invasão, com rapel
Rodrigo Bittar/Câmara dos Deputados
Devastação no Salão Azul do Senado
Devastação no Salão Azul do Senado
Rodrigo Bittar/Câmara dos Deputados
Devastação no Salão Azul do Senado
Devastação no Salão Azul do Senado
Rodrigo Bittar/Câmara dos Deputados
Cadeiras emplilhadas no Senado; garrafa plástica cheia de pedras e presa a uma alça, lançada pelos invasores
Cadeiras empilhadas no Senado; garrafa plástica cheia de pedras e presa a uma alça, lançada pelos invasores
Rodrigo Bittar/Câmara dos Deputados
câmeras de segurança do senado com fiação exposta
Invasores tentaram arrancar a fiação de câmeras de segurança do Senado
Rodrigo Bittar/Câmara dos Deputados
whatsapp image 2023 12 21 at 12 24 21
Depredação de uma das entradas do Senado, com aparelho de raio x derrubado
Rodrigo Bittar/Câmara dos Deputados
Pedras e terra deixadas pelos invasores no Salão Azul do Senado
Pedras e terra deixadas pelos invasores no Salão Azul do Senado

Da Redação/WS Fonte: Agência Câmara de Notícias

 
 
 
 
 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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