Em Ceilândia, CAIC Bernardo Sayão mostra que, com Educação Ambiental, a transformação é possível
A degradação do meio ambiente e as tragédias acarretadas pela ação humana têm sido tema constante nas mais variadas rodas de conversa e preocupação cada vez maior em todos os segmentos da sociedade. No chão da escola, o tema deve ser debatido desde cedo e o Centro de Atenção Integral à Criança (CAIC) Bernardo Sayão, de Ceilândia Sul, tem seguido isto à risca.
A escola promove o projeto Educação Ambiental Horta Educadora, aproveitando seu amplo espaço para o cultivo diverso e a necessidade de associação entre o processo de alfabetização, a Educação Ambiental e a promoção da cultura de paz na escola.
Trazendo como proposta a realização de um conjunto de ações que visam fortalecer os processos educacionais de maneira interdisciplinar, como a revitalização de hortas de leguminosas e viveiros de produção de mudas e árvores nativas do Cerrado, o projeto ainda se preocupa com a formação de professores(as) da educação básica e na construção de recursos pedagógicos – materiais manuais e digitais – para fins de Educação Ambiental.
Além disto, busca envolver educadores(as), gestores(as) escolares e comunidade escolar no sentido de dar destaque ao trabalho coletivo, com foco na Educação Ambiental como ferramenta de formação de práticas sustentáveis, saudáveis e colaborativas.
Segundo o professor Antonio Marcos Pantoja dos Santos, responsável pelo projeto, tudo começou com uma horta improdutiva, parada, e a ideia de transformar este espaço inutilizado em uma proposta de discussão das questões ambientais atrelada a alfabetização ambiental e formação dos estudantes neste importante segmento.
“Além dos estudantes terem essa discussão teórica sobre as questões ambientais em sala de aula, eles também vão trazer isso para a produção de desenho, para matemática, para ciências, para história, ou seja, a prática da educação ambiental vai ser trabalhada de uma forma interdisciplinar”, explica.
Quatro etapas de crescimento pedagógico e ambiental
O projeto Educação Ambiental Horta Educadora é dividido em quatro etapas: Atividades de formação teórico-curricular dos participantes do projeto, com o objetivo de aprofundar os conhecimentos, partilhar técnicas e ferramentas, partilhar informação, formação de equipes para trabalho coletivo e vivência; Mobilização comunitária; Atividades práticas, com a participação dos(as) estudantes na realização de atividades coletivas de preparação e cuidados do solo e práticas de produção de mudas; e Atividades interdisciplinares, com foco no processo de alfabetização, com a produção de desenhos retratando o meio ambiente; a produção de textos; escrita de “diários de bordo” individual; produção de documentário; e produção de livro coletivo.
Diante de todas as etapas do projeto é possível desenvolver a Educação Ambiental como componente curricular interdisciplinar no desenvolvimento de práticas pedagógicas, assegurando a transversalidade do conhecimento de diferentes componentes e unidades curriculares.
“Todo conhecimento produzido em sala de aula vai ter impacto prático na horta, onde o aluno poderá observar como se planta, quais insetos estarão presentes lá e envolverá as ciências, ou seja, o período certo do plantio, se é um período seco. Isso acaba envolvendo geografia e outras áreas do conhecimento”, ressalta Marcos Pantoja. No decorrer do projeto, espera-se alcançar vários resultados e objetivos, que vão desde a alfabetização integral de estudantes até a extensão das práticas de construção de hortas orgânicas nas casas e em espaços coletivos.
A educação ambiental, ao contextualizar a alfabetização dentro de um quadro de relevância social e científica, não apenas enriquece o processo de aprendizagem, mas também prepara os(as) alunos(as) para serem cidadãos informados e conscientes.
“O que esperamos com este projeto é o fomento de formação de cidadãos conscientes do uso e consumo dos recursos naturais sustentáveis, e a mobilização de toda a comunidade local, pois todos os envolvidos no processo educacional devem acreditar que a transformação é possível”, finaliza.
Este é um espaço do Sinpro-DF para assuntos específicos do magistério público do DF, como experiências pedagógicas, campanhas, dentre outros. Se sua escola tem algum projeto ou atividade sobre o tema socioambiental, mande para o e-mail imprensa@sinprodf.org.br.