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AÇAÍ: MITOS E VERDADES

AÇAÍ: MITOS E VERDADES SOBRE O FRUTO SAGRADO DO POVO DE ITAKI

Mitos e verdades sobre o Açaí, o fruto sagrado do povo de Itaki

Não há hoje, no , quem não conheça, tenha provado ou saiba de alguma qualidade do açaí, este fruto originário da Amazônia,  rico em vitamina E, fibras, cálcio, magnésio e potássio, e  possuidor de  grande poder antioxidante. Alguns estudos apontam que consumir 100 gramas de polpa de açaí duas vezes ao dia estimula a redução de glicemia, insulina e colesterol ruim.
 
Mas existem também muitos mitos e dúvidas sobre o açaí. Em matéria recente, o site ciclovivo.com.br publicou uma série de perguntas e respostas compiladas por Jefferson Oliveira Domingos, fundador do Villa Roxa, rede especializada em combinações rápidas e ilimitadas de açaí, frutas e outros acompanhamentos,  sobre os mitos e verdades sobre o açaí que, segundo a , é fruto sagrado do povo de Itaki. Confira:
 
Açaí rejuvenesce? VERDADE. Como contém alta dose de antioxidantes, o fruto é capaz de retardar o envelhecimento. Estudos indicam que o açaí é 33 vezes mais eficaz do que o vinho tinto ou a manga e possui capacidade de combater células ígenas.

Açaí é muito calórico e engorda? MITO. A polpa da fruta em si não engorda; 100 gramas do fruto possuem 60 calorias, ou seja, é um produto de baixo teor calórico. O que engorda é o xarope de guaraná que é acrescentado na fruta para que ela fique mais doce. Este tipo de consumo é maior no sudeste, onde as pessoas costumam também adicionar frutas, , condensado, entre outros elementos.

Açaí é uma boa opção antes da atividade física? VERDADE. Por conter diversas vitaminas e minerais, garante energia suficiente durante o exercício, mas é bom lembrar de não exagerar nas porções e consumi-lo sem o xarope de guaraná.

Caso queira incrementar, bata a polpa com uma banana e adoce com mel. O açaí é uma poderosa fonte de ferro? MITO. A quantidade de ferro encontrada em 100g de fruto é de 1,5 mg, uma concentração baixa se comparada a outros alimentos como o feijão, que possui quase 6 mg em uma xícara. Açaí ajuda a controlar o colesterol e a diabetes? VERDADE.

O Diabetes Mellitus tipo 2 pode ser controlado e prevenido com a ajuda da fruta, pois ela é rica em lipídios e fibras e pobre em carboidratos, além do baixo índice glicêmico que não causa picos de glicemia. Também contém propriedades hipocolesterolêmicas que atuam na redução do colesterol e melhora o equilíbrio entre colesterol HDL e LDL.

Açaí pode transmitir doença de chagas? EM PARTES. A má higienização da fruta, após a colheita, pode causar doenças por transportar ovos de barbeiro – que transmite a doença. Por isso, é essencial confiar na procedência do produto e atentar a todo o processo de higienização a que ele é submetido antes de chegar ao consumidor.

AÇAÍ: MITOS E VERDADES

Foto: Canal da

A LENDA DO AÇAÍ, O FRUTO SAGRADO DO POVO DE ITAKI 

Diz a lenda que muitos e muitos anos atrás, na Floresta Amazônica, onde hoje existe a cidade de Belém, existia uma nação muito populosa. Com o passar dos tempos, o grupo foi ficando tão grande que os alimentos, mesmo sendo fartos na região, começaram a faltar.

Foi então que o cacique Itaki, grande líder da tribo, teve que tomar uma decisão muito cruel. Para que não faltasse alimento aos mais velhos, Itaki resolveu que, a partir daquele dia, as que nascessem seriam sacrificadas. E assim foi até que a filha do cacique, uma jovem chamada Iaçã, teve que sacrificar sua linda filhinha recém-nascida.

Desesperada, Iaçã chorava todas as noites de saudades da filhinha que não pôde criar.  Depois de ficar vários dias enclausurada em sua maloca, Iaçã pediu ao deus Tupã para mostrar a seu pai uma forma de alimentar seu povo sem ter de sacrificar os pequeninos.  Sensibilizado com a dor de Iaçã, o deus indígena decidiu mostrar outro caminho ao cacique Itaki.

Em uma noite de lua cheia, Iaçã ouviu do lado de fora de sua oca o gungunar de uma criança. Ao olhar, viu que lá estava sua linda filhinha, sorridente, ao lado de uma palmeira. Iaçã correu rumo à palmeira e abraçou a filha que, misteriosamente, desapareceu no abraço da mãe. Inconsolável, Iaçã chorou a noite inteira, até desfalecer.

No dia seguinte, o de Iaçã foi encontrado abraçado ao tronco da palmeira. No rosto, a moça triste trazia um semblante sereno, até mesmo feliz. Seus olhos negros fitavam o alto da palmeira, que estava salpicada de pequenos frutos escuros.

Interpretando a cena como uma bendição de Tupã, Itaki mandou apanhar os frutos. Com eles, foi possível fazer um forte e nutritivo suco avermelhado que dava para alimentar todo o povo de Itaki. Em homenagem à filha, Itaki deu à palmeira generosa o nome de Açaí, que significa Iaçã invertido.  Desde aqueles tempos, lá pras bandas da Amazônia, a farturenta palmeira do Açaí alimenta o povo de Itaki e todos os povos da região.

 

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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