Mitos e verdades sobre o Açaí, o fruto sagrado do povo de Itaki
Açaí é muito calórico e engorda? MITO. A polpa da fruta em si não engorda; 100 gramas do fruto possuem 60 calorias, ou seja, é um produto de baixo teor calórico. O que engorda é o xarope de guaraná que é acrescentado na fruta para que ela fique mais doce. Este tipo de consumo é maior no sudeste, onde as pessoas costumam também adicionar frutas, paçoca, leite condensado, entre outros elementos.
Açaí é uma boa opção antes da atividade física? VERDADE. Por conter diversas vitaminas e minerais, garante energia suficiente durante o exercício, mas é bom lembrar de não exagerar nas porções e consumi-lo sem o xarope de guaraná.
Caso queira incrementar, bata a polpa com uma banana e adoce com mel. O açaí é uma poderosa fonte de ferro? MITO. A quantidade de ferro encontrada em 100g de fruto é de 1,5 mg, uma concentração baixa se comparada a outros alimentos como o feijão, que possui quase 6 mg em uma xícara. Açaí ajuda a controlar o colesterol e a diabetes? VERDADE.
O Diabetes Mellitus tipo 2 pode ser controlado e prevenido com a ajuda da fruta, pois ela é rica em lipídios e fibras e pobre em carboidratos, além do baixo índice glicêmico que não causa picos de glicemia. Também contém propriedades hipocolesterolêmicas que atuam na redução do colesterol e melhora o equilíbrio entre colesterol HDL e LDL.
Açaí pode transmitir doença de chagas? EM PARTES. A má higienização da fruta, após a colheita, pode causar doenças por transportar ovos de barbeiro – que transmite a doença. Por isso, é essencial confiar na procedência do produto e atentar a todo o processo de higienização a que ele é submetido antes de chegar ao consumidor.
Foto: Canal da Ciência
A LENDA DO AÇAÍ, O FRUTO SAGRADO DO POVO DE ITAKI
Diz a lenda que muitos e muitos anos atrás, na Floresta Amazônica, onde hoje existe a cidade de Belém, existia uma nação indígena muito populosa. Com o passar dos tempos, o grupo foi ficando tão grande que os alimentos, mesmo sendo fartos na região, começaram a faltar.
Foi então que o cacique Itaki, grande líder da tribo, teve que tomar uma decisão muito cruel. Para que não faltasse alimento aos mais velhos, Itaki resolveu que, a partir daquele dia, as crianças que nascessem seriam sacrificadas. E assim foi até que a filha do cacique, uma jovem chamada Iaçã, teve que sacrificar sua linda filhinha recém-nascida.
Desesperada, Iaçã chorava todas as noites de saudades da filhinha que não pôde criar. Depois de ficar vários dias enclausurada em sua maloca, Iaçã pediu ao deus Tupã para mostrar a seu pai uma forma de alimentar seu povo sem ter de sacrificar os pequeninos. Sensibilizado com a dor de Iaçã, o deus indígena decidiu mostrar outro caminho ao cacique Itaki.
Em uma noite de lua cheia, Iaçã ouviu do lado de fora de sua oca o gungunar de uma criança. Ao olhar, viu que lá estava sua linda filhinha, sorridente, ao lado de uma palmeira. Iaçã correu rumo à palmeira e abraçou a filha que, misteriosamente, desapareceu no abraço da mãe. Inconsolável, Iaçã chorou a noite inteira, até desfalecer.
No dia seguinte, o corpo de Iaçã foi encontrado abraçado ao tronco da palmeira. No rosto, a moça triste trazia um semblante sereno, até mesmo feliz. Seus olhos negros fitavam o alto da palmeira, que estava salpicada de pequenos frutos escuros.
Interpretando a cena como uma bendição de Tupã, Itaki mandou apanhar os frutos. Com eles, foi possível fazer um forte e nutritivo suco avermelhado que dava para alimentar todo o povo de Itaki. Em homenagem à filha, Itaki deu à palmeira generosa o nome de Açaí, que significa Iaçã invertido. Desde aqueles tempos, lá pras bandas da Amazônia, a farturenta palmeira do Açaí alimenta o povo de Itaki e todos os povos indígenas da região.